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Uma longa história

A HISTÓRIA DA CERVEJA - NA ANTIGUIDADE

Não é tarefa fácil determinar em que período terá sido produzida a primeira cerveja. Acredita-se que essa tarefa seja talvez tão antiga como a própria agricultura. De facto, sabe-se que o Homem conhece o processo de fermentação há mais de 10.000 anos e obtinha nessa época, mesmo em pequenas quantidades, as primeiras bebidas alcoólicas. Especula-se que a cerveja, assim como o vinho, tenha sido descoberta acidentalmente, provavelmente fruto da fermentação não induzida de algum cereal. Afirma-se que a descoberta da cerveja se deu pouco tempo depois do surgimento do pão. Os sumérios e outros povos teriam percebido que a massa do pão, quando molhada, fermentava, ficando ainda melhor. Assim teria aparecido uma espécie primitiva de cerveja, como "pão líquido". Várias vezes repetido e até melhorado, este processo deu origem a um género de cerveja que os sumérios consideravam uma “bebida divina”, a qual era, por vezes, oferecida aos seus deuses.
Diversos estudos arqueológicos realizados na região do Nilo Azul, actual Sudão, comprovaram que, cerca de 7000 a.C., os povos locais produziam uma bebida a partir de sorgo que seria semelhante à nossa cerveja. Análises químicas efectuadas aos depósitos residuais do fundo de um pote recolhido num campo arqueológico neolítico iraniano, datado de 5500 a.C., confirmaram a existência local de bebidas alcoólicas e especificamente de cerveja. Mas a prova arqueológica mais concreta que temos relativamente à produção de cerveja é proveniente da Mesopotâmia, mais propriamente da Suméria. Tratam-se de inscrições feitas numa pedra, relativas a um cereal que se utilizava em algo similar à produção de cerveja. Também desta civilização foi encontrada uma placa de barro (selo), recolhida em Tepe Gawra e datada de cerca de 4000 a.C., onde se vêm duas figuras que bebem possivelmente cerveja de um pote, utilizando para isso longas palhas, tradicionalmente usadas para aspirar a bebida e evitar a ingestão dos resíduos de cereal. Aliás, o Hino a Ninkasi (c. de 1900-1800 a.C.), a deusa da cerveja dos Sumérios é, na realidade, uma receita de cerveja. Refira-se, por curiosidade, que Ninkasi significa algo como "senhora que enche a boca". A nomeação mais corrente da cerveja suméria é sikaru, feita a partir da fermentação de grãos de cereal.
Em geral, a cerveja era feita por padeiros devido à natureza das matéria-primas utilizadas: grãos de cereais e leveduras. Ou melhor, para sermos mais correctos, essa actividade era executada por padeiras. De facto, a produção de cerveja era uma actividade caseira, a cargo das mulheres, que também estavam encarregadas de fazer o pão. Os textos sumérios revelam-nos também a existência de tabernas, geridas por mulheres, locais de divertimento sobretudo masculino, em que se comia e bebia em convívio.  A mais célebre das taberneiras foi Siduri, referida na Epopeia de Gilgamesh. Para produzirem a cerveja, deixavam a cevada de molho até germinar e, então, era moída grosseiramente e moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados a fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com o nome de Bouza. O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como zimbro, hortelã e  losna, podiam ser adicionados à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor.
Já no segundo milénio antes de Cristo e enquanto se assistia à queda do império sumério, surgia uma nova civilização na Mesopotâmia, descendente da civilização suméria mas mais avançada cultural e tecnologicamente, e que em muito contribuiu para o avanço no processo de fabricação de cerveja: osBabilónios. Documentos dessa altura indicam-nos que a produção de cerveja era uma profissão altamente respeitada, levada a cabo essencialmente por mulheres. A cerveja continuava a ser mais popular do que o vinho, também já conhecido por aquelas paragens, embora a vinha se reservasse, pelas condições naturais, às regiões montanhosas do Sul da Anatólia e do Cáucaso.
No período babilónico, contavam-se cerca de duas dezenas de  diferentes tipos de cerveja, com base em diferentes combinações de plantas aromáticas  e no maior ou menor emprego de mel, cevada ou trigo. O Código de Hammurabi, o sexto rei da Babilónia, introduziu várias regras relacionadas com a cerveja no seu grande código de leis. Entre essas leis encontrava-se uma que estabelecia uma ração diária de cerveja, ração essa que dependia do estatuto social de cada indivíduo. Por exemplo, um trabalhador normal receberia 2 litros por dia, um funcionário público 3 litros, enquanto que os administradores e sacerdotes receberiam 5 litros por dia. Outra lei tinha como objectivo proteger os consumidores da cerveja de má qualidade. Ficou assim definido que o castigo a aplicar por se servir má cerveja seria a morte por afogamento! Pelo Código, certas sacerdotisas estavam proibidas de entrar nas tabernas por razões de pureza ritual; por outro lado, estes estabelecimentos preenchiam uma função social para além do fornecimento de comida e bebida (não apenas cerveja mas também álcool de tâmaras fermentadas), pois eram, como já se referiu, locais de reunião e lazer.
Quase todas as cervejas dos babilónios seriam opacas e produzidas sem filtragem. Tal facto, como já vimos,  fazia com que bebessem a cerveja através de um predecessor da actual palhinha (no caso dos reis essa palhinha seria de ouro…), o que evitava que ingerissem o resíduo que se acumulava no fundo e que seria bastante amargo. No entanto, essa situação não impedia que a cerveja aí produzida fosse bastante conceituada, chegando os babilónios a exportar grandes quantidades para o Egito.
Tal como os Babilónios, os Egípcios produziam cerveja desde tempos ancestrais, sendo que esta fazia parte da dieta diária de nobres e fellahs (camponeses). Para além de bem alimentar, servia também como remédio para certas doenças. Um documento médico, datado de 1600 a.C. e descoberto nas escavações de um túmulo, descreve cerca de 700 prescrições médicas, das quais 100 contêm a palavra cerveja. A sua importância é também visível nos aspectos religiosos da cultura egípcia. Nos túmulos dos seus antepassados, para além dos artefactos habituais como incenso, jóias e comida, era também habitual encontrar provisões de cerveja. E em casos de calamidade ou desastre natural, era frequente a oferta de grandes quantidades de cerveja aos sacerdotes de forma a apaziguar a ira dos deuses.
 
A extrema relevância da cerveja para os egípcios reflectia-se não só na existência de um alto funcionário encarregado de controlar e manter a qualidade da cerveja produzida, como também na criação de hieróglifos extra que descrevessem produtos e actividades relacionadas com a cerveja. Curiosamente, existem alguns povos que vivem ao longo do Nilo que ainda hoje fabricam cerveja num estilo muito próximo ao da era faraónica. O povo egípcio tinha uma forte apetência pelo henket ou zythum, verdadeia bebida nacional, preferida por todas as camadas sociais. Ramsés III (1184-1153 a.C.), muitas vezes designado por "faraó-cervejeiro", doou aos sacerdotes do Templo de Amón 466.308 ânforas (cerca de 1.000.000 litros) de cerveja proveniente das suas cervejarias.
Deve-se ao médico Zózimo de Panópolis uma descrição da antiga técnica de brassagem (semelhante para a Mesopotâmia e Antigo Egipto): germinação e maltagem rudimentar do cereal que, depois de seco, era moído e transformado numa massa, por sua vez endurecida; moldava-se então a massa em pequenos pães, que eram aquecidos em seguida mas não em demasia para que restasse alguma humidade no seu interior; depois de arrefecidos, colocavam-se, em pedaços, num recipiente com água açucarada; juntava-se, como no pão, um pedaço da massa (fermento) do fabrico anterior; terminada a fermentação, o líquido era metido numa cuba com água e posteriormente filtrado; o líquido final era guardado em ânforas num lugar fresco.
Longe desta área geográfica, a China desde cedo desenvolveu técnicas de preparação de bebidas do tipo da cerveja, obtidas a partir de grãos de cereais. A "Samshu", fabricada a partir dos grãos de arroz e a "Kin" já eram produzidas cerca de 2300 a.C. As técnicas utilizadas eram algo diferentes das dos povos mesopotâmicos e egípcios. De facto, o desenvolvimento da cerveja até à forma pela qual hoje a conhecemos, deve-se mais a estes dois últimos do que à civilização chinesa. Foram mesmo os egípcios que ensinaram os gregos a produzir cerveja. Já no Japão, subsiste o milenar saké, uma cerveja de arroz, frequentemente confundida no Ocidente com uma bebida destilada. Bebe-se quente ou fria, de acordo com o gosto e o contexto.
Apesar de ser considerada menos importante que o vinho, a cerveja evoluiu durante o período grego e romano. Atente-se nos escritos de Sófocles (450 a.C.) relativamente a recomendações sobre o consumo de cerveja, incluindo esta numa dieta que considerava equilibrada. Outros autores gregos como Heródoto e Xenofontes também mencionaram o ato de beber cerveja nos seus escritos.
Assim como o tinham aprendido com os egípcios, os gregos ensinaram a arte de produzir cerveja aos romanos. Todavia, em 500 a.C. e no período subsequente, gregos e romanos deram preferência ao vinho, a bebida dos deuses, tutelada por Baco. A cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas, muito apreciada em regiões sob domínio romano, principalmente pelos germanos e gauleses. Muitos romanos consideravam a bebida desprezível e típica de povos bárbaros. Tácito, na sua descrição dos germanos, referiu-se a uma bebida "horrível", fermentada de cevada ou trigo. Foi nessa época que as palavras cervisia ou cerevisia passaram a ser utilizadas pelos romanos, em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Plínio foi um dos autores clássicos que escreveu sobre o assunto, descrevendo a evolução do processo de fabrico da cerveja e os hábitos dos povos celtas e germânicos da Bretanha e Europa Central.
Na Gália (conquistada totalmente no ano 52 a.C.), tradicionalmente consumidora de cerveja, a influência do vinho romano atingiu sobretudo as elites. De acordo com Possidónio, "a bebida consumida nas casas ricas é vinho trazido de Itália (...). Porém, entre os habitantes mais necessitados, é bebida uma cerveja feita de trigo, à qual é acrescentado mel; a massa do povo bebe-a sem mistura. Chamam-lhe corma." Contudo, os gauleses passaram de importadores a produtores de vinhos de novas qualidades e muito apreciados em Roma; em 91 d. C., o imperador Domiciano chegou a ordenar a destruição de metade das vinhas gaulesas para proteger a produção romana.
O vinho das legiões romanas não se impôs aos povos que ficaram fora do Império. A cerveja permaneceu a bebida eleita nas regiões nórdicas facto confirmado pelas lendas e mitologias locais. Na saga poética finlandesa Kalevala, contam-se 400 versos dedicados à cerveja; no Edda, outro relato épico nórdico, o vinho é apresentado como a bebida dos deuses, a cerveja reservada aos mortais e o hidromel próprio dos habitantes do reino dos mortos. Já no leste europeu, confinante com as estepes asiáticas, de terras ácidas, providas de centeio e aveia, o kvass, tipo de cerveja ligeiramente alcoólica, obtida pela fermentação daqueles cereais, ancorou-se nos hábitos dos camponeses eslavos. A tradição do kvassfamiliar e campesino mantém-se ainda hoje um pouco por toda a Rússia e países ex-soviéticos. A braga é outro tipo de cerveja aparentada ao kvass e com muitas tradições no leste europeu.
Rótulo de Kvass, a típica bebida russa
Findo o Império Romano, após o século V, estavam estabelecidas as geografias da cerveja e da vinha. A produção de cerveja, doméstica e frequentemente a cargo de mulheres - embora fosse, sobretudo, para consumo masculino -, obedecia aos condicionantes naturais que marcavam a economia agrícola e daí o seu carácter sazonal. Durante muito tempo, a cerveja seria, ainda, de difícil conservação, ao contrário do vinho que, se guardado em boas condições, podia até melhorar com a idade. O vinho, que se tornara a bebida consagrada na liturgia católica, afirmara-se sobretudo nas regiões do sul da Europa e entrava seletivamente nas mesas mais abastadas do norte europeu, onde a cerveja permanecia a bebida dos pobres, se bem que não deixasse de ser apreciada por todas as classes.

A HISTÓRIA DA CERVEJA - NA IDADE MÉDIA
Na Idade Média, a produção e consumo de cerveja tiveram um grande impulso, muito por causa da influência dos mosteiros, locais onde este produto era não só tecnicamente melhorado, como também produzido e vendido. Naquela altura, os mosteiros seriam algo semelhantes a um  hotel para viajantes, oferecendo abrigo, comida e bebida a peregrinos e não só. E para além dos monges, a História relata-nos também o envolvimento de santos em milagres e outros acontecimentos em que a cerveja vem mencionada! Tomemos como exemplo o caso de S. Mungo, o padroeiro da mais velha cidade da Escócia, Glasgow. Foi nessa cidade que, por volta de 540 d.C., S. Mungo estabeleceu uma ordem religiosa, cuja principal actividade seria a produção de cerveja, sendo que esta arte é ainda hoje considerada como a mais antiga indústria da cidade. Outro exemplo será o de Santa Brígida que miraculosamente transformou a água do seu banho em cerveja, para que os seus visitantes clericais tivessem algo para beber. Para se ver a importância que a igreja tinha para a indústria da cerveja nessa época, basta referir que existiam três santos padroeiros, protectores da cerveja e dos cervejeiros: Santo Agostinho de Hippo, São Nicolau e São Lucas, o Evangelista.
Também neste período se manteve o hábito de produzir cerveja em casa, sendo que essa tarefa continuava maioritariamente entregue às mulheres. Sendo elas as cozinheiras, tinham igualmente a responsabilidade da produção de cerveja, que era vista como uma “comida-líquida”. Em certas zonas, a cerveja chegou mesmo a ser mais popular do que a água já que, como é sabido, a Idade Média era uma época onde as práticas sanitárias eram muito más, pelo que se tornava mais seguro beber cerveja do que água. De facto, o processo de fabrico fazia com que muitas das impurezas fossem filtradas pelo que quem pudesse fazer a troca de água por cerveja raramente hesitava.
Refeição numa taberna medieval

No norte britânico, a cerveja (ale) era fabricada em casa, pelas mulheres, para auto-consumo, ou vendidas nas alehouses - matrizes do pub moderno -, nas tabernas e estalagens. Sujeita aos imperativos naturais, a cerveja era produzida entre Setembro e Abril, os meses frios. À medida que a sua importância cresceu, a produção e venda foi sendo alvo de vários regulamentos, chegando mesmo a ser criada a figura do ale-conner, o fiscal que testava e sancionava a qualidade da cerveja. Em 1188, Henrique II lançava um imposto sobre a cerveja destinado à subvenção das Cruzadas.
Nos mosteiros, as técnicas de fabricação iam sendo desenvolvidas, em busca de uma cerveja mais agradável ao palato e mais nutritiva. A importância da qualidade alimentar da cerveja era algo de relevante para os monges, dado que era um produto que os ajudava a passar os difíceis dias de jejum. Esses períodos caracterizavam-se pela abstinência dos monges em termos de comida sólida, mas nada os impedia de ingerir líquidos. Há relatos de monges que foram autorizados a beber até 5 litros de cerveja por dia. Isso só os incentivou a produzir mais e melhor cerveja, chegando ao ponto de se criarem pequenas tabernas nos mosteiros onde era cobrada uma pequena taxa para que as pessoas pudessem experimentar a cerveja de alta qualidade que ali se produzia. Em termos técnicos, os monges deram uma maior importância ao uso do lúpulo, substância que tornava as cervejas mais frescas devido ao seu amargor natural e que, por outro lado, as ajudava a conservar. Ao dosearem a quantidade de malte e lúpulo, passaram a produzir uma cerveja com pouco álcool para consumo diário e uma cerveja mais pesada e alcoólica para ocasiões festivas. Uma contibuição fundamental da produção cervejeira monástica foi o emprego de algumas sementes, como o mirto de Brabante e o gruyt (ou gruut) - mistura de ervas aromáticas - que também actuavam como bons conservantes da cerveja. Esta indústria teve tal sucesso que chamou a atenção dos nobres e soberanos, que passaram a cobrar pesadas taxas sobre a venda deste produto. Em certas zonas, chegou-se ao ponto de só ser permitida a produção de cerveja mediante autorização régia, envolvendo isso, claro está, o pagamento de uma determinada quantia. Infelizmente, esta ganância levou ao encerramento de muitas tabernas de abadias e mosteiros, que não conseguiram acompanhar as elevadas taxas que lhes eram impostas. Os conventos mais antigos a iniciarem a produção de cerveja foram os de St. Gallen, na Suíça, e os alemães Weihenstephan e St. Emmeran. Os beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber, oficialmente, a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C. Com isso, esta é a cervejaria mais antiga do mundo  ainda em funcionamento e é hoje conhecida, principalmente, como o Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique.
Entretanto, o interesse pela indústria cervejeira fixava-se para além dos muros cenobitas. No século XII, os cervejeiros de ofício suplantavam os monges, facto a que não era estranha a importância dos impostos sobre a produção e comércio. Por sua vez, a Igreja também cedia na exclusividade dos seus privilégios, ao conceder direitos de produção a cervejeiros em várias localidades.
Apesar das muitas limitações, a cerveja continuou a ganhar importância na sociedade medieval, servindo como alimento, forma de pagamento de taxas, moeda de troca, entre outras funções social e economicamente relevantes. Essa importância é facilmente constatável em actos e leis de nobres e reis, que visavam proteger a produção e os rendimentos que daí advinham. Em 1295, o rei Venceslau garantiu à Pilsen Bohemia direitos de produção de um tipo de cerveja, numa área que é hoje ocupada pela República Checa. Em 1489, foi autorizada a criação da primeira associação (guild) de produtores de cerveja  - a Brauerei Beck. E, como curiosidade, refira-se que quando Cristóvão Colombo chegou às Américas, descobriu que os nativos já produziam uma bebida muito semelhante à cerveja, feita a partir de milho. Todavia, seriam os ingleses que, em 1548, introduziriam a verdadeira cerveja nesse continente.
Até praticamente ao fim da Idade Média, a cerveja europeia dividia-se pelo emprego de distintos aromatizantes, plantas silvestres, como o mirto generalizado na região escandinava mas proibido na Inglaterra, ou o gruyt(um composto de ervas aromáticas) utilizado noutras regiões do norte da Europa. O lúpulo (humulus lupulus), conhecido sobretudo na Europa central, viria a destacar-se como aromatizante de superior qualidade e pelas notáveis propriedades anti-sépticas. No século VIII, o lúpulo dá sinais de existência na Boémia e na região de Hallertau, na Baviera alemã (actuais grandes regiões produtoras). Em 768, Pepino-o- Breve concede plantações de lúpulo à abadia parisiense de Saint-Denis. Já em 1364, Carlos IV, imperador da Alemanha, promulga o Novus Modus Fermentandi Cervisiam, que estabelecia o novo modo legal de brassagem, com recurso ao lúpulo. Esta disposição evidencia, por um lado, a diversidade política e económica que pendia sobre a produção cervejeira: o ducado de Brabante, dependente do império alemão, adopta o lúpulo; a Flandres, dependente da coroa francesa, mantém-se na órbita dos direitos sobre o gruyt;  em Inglaterra, a típica ale é, ainda então, a cerveja não lupulizada.
1516 é uma data de grande proeminência para a produção de cerveja na Alemanha. As guildas bávaras, tentando precaver os seus interesses, pressionaram as autoridades para a criação de uma lei que defendesse a produção de cerveja de qualidade. De facto, utilizavam-se ingredientes muito estranhos para aromatizar as cervejas como, por exemplo, folhas de pinheiro, cerejas silvestres e ervas variadas. Foi assim que o Duque Wilhelm IV da Baviera criou a Reinheitsgebot - lei da pureza - que tornou ilegal o uso de outros ingredientes no fabrico de cerveja que não fossem água, cevada e lúpulo (é de salientar que nesta época ainda não se conhecia e utilizava conscientemente a levedura). O crescimento das exportações fez com que muitas cidades alemãs ficassem famosas, nomeadamente Bremen, que era um importante entreposto na exportação de cerveja para a Holanda, Inglaterra e Escandinávia, e Hamburgo, que era o principal produtor da Liga Hanseática, sendo que por volta de 1500 existiam aí cerca de 600 produtoras independentes. A Liga Hanseática chegava a exportar cerveja para locais tão longínquos como a Índia. Braunschweig e Einbeck também eram importantes centros de produção de cerveja. Uma das marcas mais conhecidas da altura e que, por sinal, ainda hoje produz cerveja é a Beck's, criada em 1553. Quanto a Munique, provavelmente a mais conhecida cidade cervejeira da Alemanha, laboravam já as famosas Brauerei Lowenbrau (1383), Spaten-Franziskaner-Brau (1397) e a Hacker-Pschorr Brau (1417).
Por sua vez, a cerveja penetrava, ainda que timidamente, em Espanha. Carlos I, de origem flamenga, coroado rei de Espanha (Carlos V), senhor de um vasto império e grande amante de cerveja, estabelece o fabrico da bebida em 1537, a cargo de um mestre flamengo; quando abdica do trono e se recolhe no mosteiro de Yuste, em 1556, também instala aí o fabrico de cerveja. Em 1542 há já uma fábrica em Sevilha e nas primeiras décadas do século XVII há notícias de mestres cervejeiros ingleses, flamengos e de outras nacionalidades em Madrid. No final da centúria, há duas fábricas na capital castelhana autorizadas por decreto real: a de J. Hamershap e outra de H. Coremann, alemão. Em 1701, a produção cervejeira seria declarada monopólio estatal e, por sua vez, o Estado arrenda o fabrico a particulares, como a família Coremann (Real Fábrica de Cerveza). Em Portugal, há notícias da existência de uma fábrica de cerveja em Lisboa, em 1689; contudo, o futuro imediato desta bebida no país estava comprometido pelos implacáveis interesses vinhateiros.
No Novo Mundo, mais propriamente em Chalco (México), sob o domínio castelhano, a produção de cerveja teve início em 1544. Na Virgínia americana, em 1587, os colonos fabricam cerveja (ale) a partir de milho (o primeiro carregamento de cerveja inglesa só chegará à colónia em 1607); em 1612, abre em Nova Amesterdan (Nova Iorque) a primeira fábrica de cerveja, fundada por Adrian Block e Hans Christiansen; no ano de 1683, William Penn, fundador da Pennsilvânia, ergue uma fábrica cervejeira em Peonshury.
Ao longo dos séculos XVI e seguintes, a exportação de cerveja continuou a ganhar crescente importância, ao passo que novas empresas iam sendo criadas. No entanto, foram necessárias duas invenções para trazerem a produção de cerveja para a Era Moderna: a primeira foi a máquina a vapor, inventada por James Watt e a segunda foi a refrigeração artificial, ideia de Carl von Linde. Nessa altura, estava já cientificamente provado que a produção de boa cerveja dependia da existência de determinadas temperaturas. Dado que essas temperaturas ocorriam essencialmente no Inverno, a invenção de von Linde permitiu que se produzisse e consumisse cerveja ao longo de todo o ano.

A HISTÓRIA DA CERVEJA - NA ERA MODERNA
Durante o século XVII, apareceram muitos tipos diferentes de cervejas, sendo que cada variedade era definida pelos diversos ingredientes que se utilizavam, bem como pela qualidade da água presente na sua elaboração. Cada aldeia, vila e cidade tinha a sua própria produção já que, como referimos na Era Medieval, não existiam formas de preservar as propriedades naturais da cerveja. Esta situação de grande pujança da indústria cervejeira viria a sofrer um forte revés no final do século XVIII, com a Revolução Francesa. Para além do facto da revolução ter levado ao encerramento das guildas de produtores, acarretou também a destruição e desaparecimento de muitos mosteiros e abadias e, com isso, a quase extinção dos centros produtores de cerveja de qualidade. Todavia, com a ascensão de Napoleão ao poder , assistiu-se a uma ligeira retoma na fabricação de cerveja, apesar de muitos dos monges e abades que outrora eram os principais investigadores e produtores, nunca mais terem voltado à sua antiga atividade.
Outro facto de grande destaque foi a invenção da máquina a vapor por James Watt, em 1765, o que permitiu a industrialização e racionalização da produção cervejeira. As primeiras cervejeiras que utilizaram máquinas a vapor chamavam-se a si mesmas Steam Beer Breweries, sendo que ainda hoje subsistem fábricas com esta designação. Mas muitas outras inovações permitiram o aperfeiçoamento da técnica de fabricação. Em 1830, Gabriel Sedlmayr e Anton Dreher desenvolveram o método de  produção que daria origem às lagers, sendo que 12 anos depois seria elaborada a primeira Pilsner na Boémia. Este género de cerveja teve tanto sucesso que rapidamente se espalhou por todo o lado, com especial destaque para o Novo Mundo, onde os colonos provenientes da Alemanha deram origem a muitas cervejeiras famosas: Miller, Coors, Stroh, Schlitz, Anheuser-Busch, entre outras. Como curiosidade, refira-se que grande parte das cervejas que actualmente se consomem no mundo são do estilo lager, sendo que Portugal não é excepção à regra, antes pelo contrário.
Tal como já referimos, outra invenção cujas repercussões tiveram grande impacto no fabrico da cerveja foi a descoberta da refrigeração artificial (Teoria de Geração de Frio Artificial), avanço possível devido aos estudos de Carl Linde. As primeiras tentativas foram efectuadas em Munique, local também de grande produção cervejeira, o que fez com que a cerveja fosse dos primeiros produtos a beneficiar desta evolução. Para além disso, o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro possibilitou uma cada vez maior expansão do comércio deste produto. Por curiosidade, diga-se que aquando da abertura da primeira linha de comboios  na Alemanha, entre Nuremberga e Furth, os primeiros bens a serem transportados foram dois barris de cerveja. Enquanto isso, nos EUA, o uso do caminho-de-ferro possibilitou a expansão de uma marca bem conhecida: a Budweiser. Durante a década de 1870, esta marca tornou-se verdadeiramente nacional, devido aos esforços do seu dono, Adolphus Busch.
1876 seria outro ano de grande importância, não só para a indústria cervejeira, como também para o próprio Homem. Os estudos de Louis Pasteur sobre o fermento e os microorganismos possibilitaram o início da preservação dos alimentos devido ao método da pasteurização. Tal descoberta deu um forte ímpeto às cervejeiras, para além de ter possibilitado a preservação de cerveja de um modo mais eficiente. Até à descoberta de Pasteur, a fermentação do mosto era natural o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O notável cientista francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de fermentação acética. Pasteur descobriu que eram os microorganismos os responsáveis pela deterioração do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram-se nos mais altos mandamentos da cervejaria. Para além do mais, o estudo dos diferentes fermentos fez com que aparecessem novos tipos de cerveja, com novos aspectos e sabores. Tais desenvolvimentos levaram à expansão do consumo, sendo que em 1880 existiam cerca de 2300 marcas independentes de cerveja nos EUA, enquanto que na Bélgica, por volta do ano 1900, estavam registadas 3223 cervejeiras, incluindo a Wielemen's Brewery in Forest (área de Bruxelas), que era considerada a maior e mais moderna da Europa. Do lado de lá do Atlântico, a Pabst estava a vender mais de um milhão de barris por ano.
Igualmente importante foi o trabalho de Emil Christian Hansen. Este, aproveitando o desenvolvimento do microscópio, descobriu a existência de células de levedura de baixa fermentação, pois antes eram somente conhecidas leveduras de alta fermentação. Ele isolou a célula, que foi multiplicada sob cultura pura. Como a levedura influencia fundamentalmente o sabor, esta descoberta permitiu a constância do sabor e qualidade.
No início do século XX e durante a 1ª Guerra Mundial, houve uma diminuição significativa no número de indústrias produtoras de cerveja. Como exemplo, refira-se que em 1920 havia apenas 2013 fábricas nos EUA. Tal situação deveu-se ao aumento da competição, o que proporcionou fusões e aquisições e, para além disso, o início da 1ª Guerra levou à escassez de matérias-primas e mão-de-obra, o que fez com que muitos industriais apostassem na mecanização das suas empresas. Para agravar esta situação, a Proibição e a Grande Depressão limitaram o consumo desta bebida, provocando a falência de inúmeras fábricas. A luz ao fundo do túnel para as cervejeiras só viria a acontecer com o fim da Proibição em 1933. No entanto, apenas 160 indústrias tinham sobrevivido nos EUA a este difícil período. Pior que tudo: essa época de crescimento viria a ser abruptamente interrompida com o início da 2ª Guerra Mundial.
Passado mais este período muito difícil, assistiu-se a um aumento gradual na produção e consumo de cerveja, sendo que a Budweiser foi a primeira marca a ultrapassar os 10 milhões de barris por ano, isto já em 1966. As fusões e concentrações continuaram a aumentar e, por exemplo, a situação actual nos EUA é exemplar: 90% do mercado é controlado por 5 empresas: a) Anheuser-Busch, 44.5%; b) Miller Brewing, 21.8%; c) Coors, 10.4%; d) Stroh, 7.4%; e) G. Heileman, 5.3% . Hoje em dia, a indústria cervejeira pode ser caracterizada por duas grandes tendências: a primeira, é representada pelas grandes fusões entre gigantes cervejeiros, que criam empresas cada vez maiores, com vendas impressionantes mas, em geral, com produtos de baixa qualidade; a segunda, é representada por pequenas e médias empresas que desenvolvem produtos de grande qualidade, para apreciadores e baseadas nas tradições dos locais onde se encontram implantadas. O melhor exemplo desta situação encontra-se na Bélgica, onde existe mais de uma centena de pequenas empresas cervejeiras, que desenvolvem largas dezenas de produtos com características bem diferentes entre si. Independentemente desta aparente divisão, o que se pode esperar nos próximos anos é o contínuo crescimento das vendas e o aparecimento de produtos cada vez mais sofisticados e surpreendentes. De facto, a cerveja veio para ficar por muitos e bons anos e ainda bem que assim é!

A HISTÓRIA DA CERVEJA - NA ERA MODERNA
A cerveja é um produto com longa tradição no Brasil, surgindo já referências a esta bebida em documentos que datam do século XVII. No entanto, a sua ascensão foi demorada e tortuosa, sendo que, no início do século XIX, a cachaça e o vinho eram as bebidas alcoólicas preferidas pelo povo. Nessa época, a cerveja já era produzida, mas o seu consumo não se encontrava generalizado, antes permanecendo como uma produção caseira e típica de populações imigrantes. Por outro lado, devido à pressão e influência portuguesas, o vinho era a bebida mais comercializada. Tal situação só seria modificada com a abertura dos portos brasileiros a artigos de outras origens que não portuguesa, sendo a cerveja um desses produtos. O consumo foi crescendo gradualmente e, em 1836, surgiu a primeira notícia sobre a fabricação de cerveja no Brasil. Esse anúncio, publicado no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, dizia o seguinte: "Na Rua Matacavalos, número 90, e Rua Direita número 86, da Cervejaria Brazileira, vende-se cerveja, bebida acolhida favoravelmente e muito procurada. Essa saudável bebida reúne a barateza a um sabor agradável e à propriedade de conservar-se por muito tempo". Tal seria o ponto de arranque para o desenvolvimento da cerveja a um nível mais comercial. Em 1846, Georg Heinrich Ritter instala uma pequena linha de produção de cerveja na região de Nova Petrópolis-RS, criando então a marca Ritter, uma das precursoras do ramo cervejeiro.
A década de 40 do século XIX foi um período de grande desenvolvimento no fabrico e consumo de cerveja. Para além da já mencionada cerveja Ritter, muitas outras aproveitaram o caminho anteriormente desbravado, como sejam os casos da firma Vogelin & Bager, que abriu uma cervejaria no bairro do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, ou a Henrique Leiden e Cia, que deu origem à Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, também no Rio de Janeiro. O Almanak Laemmert dá-nos a conhecer muitas outras cervejarias que foram abrindo um pouco por todo o Brasil, desde Joinville - SC a São Paulo - SP, passando por Petrópolis - RJ e Niterói - RJ. Na década seguinte, apareceu uma nova leva de industriais interessados em investir neste negócio florescente. Para dar apenas alguns exemplos, recordamos a Fábrica de Cerveja Nacional de Alexandre Maria VillasBoas & Cia, no Rio de Janeiro - RJ, a Fábrica de Cerveja de Thimóteo Durier, em Petrópolis - RJ, a Fábrica de Jacob Nauerth no Rio de Janeiro - RJ, a Fábrica de Cerveja Guarda Velha de Bartholomeu Correa da Silva, também no Rio de Janeiro e a Fábrica de Cerveja de Friederich Christoffel, em Porto Alegre - RS. Poderíamos aqui incluir muitas outras, mas o nosso objectivo não passa por enumerá-las todas. Queremos apenas demonstrar a grande quantidade de fábricas e cervejarias que foram surgindo entre os anos 40 e 80 do século XIX, algo que permitiu uma grande expansão no consumo de cerveja, facto esse que levou a que esta bebida se tornasse a mais popular do Brasil.
Curiosamente, até ao estabelecimento da cerveja como bebida rainha, o produto mais procurado e consumido pela população era a "Gengibirra", feita de farinha de milho, gengibre, casca de limão e água. Após a mistura dos ingredientes, deixava-se a infusão a descansar alguns dias, sendo posteriormente vendida em garrafas ou canecas. Também popular era a "Caramuru", feita de milho, gengibre, açúcar mascavado e água, sendo que esta mistura costumava fermentar por uma semana antes de ser consumida. Todavia, e como referimos, estes produtos passaram a sofrer uma forte concorrência por parte da cerveja, sendo exemplo disso o pequeno bar "À Cidade de Berna", local de grande sucesso onde era servida a Cerveja Bávara, então produzida pela Stupakoff & Cia. Por essa altura, o Rio de Janeiro já era uma cidade comparável a outras da Europa, possuindo um mercado consumidor relevante. A venda de cerveja era feita ao balcão da própria cervejaria, que atendia a particulares. As entregas eram feitas por carroças, que se deslocavam às zonas comerciais dos bairros adjacentes.
Em 1882 formou-se uma sociedade que iria dar origem a uma marca que, ainda hoje, desempenha um papel de grande relevo na indústria cervejeira brasileira. Assim, surge a expressão "Antarctica", fruto da associação entre Louis Bucher e Joaquim Salles, este último proprietário de um matadouro de suínos com aquele nome, local onde possuía uma máquina de fazer gelo. Tal facto revestiu-se de enorme importância pois as fábricas não produziam cerveja com marca alguma, já que esta era vendida directamente dos barris e, nos poucos casos em que era engarrafada, não possuía um rótulo próprio. O passo seguinte para esta sociedade foi a criação da "Antarctica Paulista - Fábrica de Gelo e Cervejaria", firma que, como o nome indicava, se dedicava à produção de gelo e produtos alimentícios. No entanto, esta marca não ficaria por muito tempo sozinha no mercado. Em 1888, um imigrante suiço de nome Joseph Villiger, acostumado ao sabor das cervejas europeias e inconformado com a má qualidade das cervejas fabricadas no Brasil, resolveu abrir o seu próprio negócio, começando a fazer cerveja em casa. Deste modo, a 6 de Setembro desse ano, é registada a "Manufactura de Cerveja Brahma Villiger & Companhia", fundada pelo próprio Villiger, por Paul Fritz e por Ludwig Mack, sendo então comercialmente lançada a Cerveja Brahma. A manufactura foi inaugurada com uma produção diária de 12.000 litros de cerveja e 32 funcionários. Começava aí uma luta que sobreviveu até aos nossos dias! O crescimento de ambas as empresas é grande e quase imediato. Em 1889 é publicado o primeiro anúncio de uma marca de cerveja brasileira: "Cerveja Antarctica encontra-se à venda na Rua Boa Vista, 50 A", podia ler-se no jornal "A Província de São Paulo" (actualmente o "Estado de São Paulo"). No ano seguinte, a Antarctica aumenta o seu quadro de funcionários para 200 e a sua capacidade de produção passa a ser de 40 mil hectolitros/ano. Este desenvolvimento leva a que a empresa se transforme numa sociedade anónima, com 61 accionistas, passando então a chamar-se de "Companhia Antarctica Paulista SA". Dois desses accionistas, João Carlos António Zerrener e Adam Ditrik von Bullow, eram sócios numa empresa de importação, em Santos, algo que facilitou a compra de máquinas e de matéria-prima para a cervejaria. Contudo, este grande crescimento não foi sustentado, pelo que ainda em 1893 a Antarctica se encontra à beira da falência, sendo então comprada pela sua principal credora, a empresa Zerrener, Bullow & Cia. De facto, este fenómeno de rápido surgimento de muitas marcas no mercado, era posteriormente acompanhado do desaparecimento de muitas outras. Assim sendo, a maior parte delas não chegaram aos nossos dias ou mudaram de donos. Como exemplos, temos as cervejas Bock e Victória da Cervejaria Feldmann de Blumenau - SC, que já não existem, a cerveja Caracu, inicialmente pertença da Cervejaria Rio Claro, em Rio Claro - SP e que hoje faz parte do portefólio da AmBev ou a Cervejaria Bavária, localizada na Moóca, que foi adquirida em 1904 pela Antarctica, que aí instalou a sede do seu grupo.
Quem não parava era a Brahma. Em pouco mais de uma década esta empresa viria a registar quase uma dúzia de marcas, como são exemplos a cerveja Bier, a Crystal, a Pilsener, a Franziskaner-Brau, a Munchen, a Guarany, a Ypiranga, a Bock-Ale ou a Brahma Porter, para apenas nomear algumas. A expansão da firma fazia-se também à custa da aquisição e fusão com outras empresas, como aconteceu em 1904, ano em que surgiu a Companhia Cervejaria Brahma, resultante da união entre a Georg Maschkle & Cia. – Cervejaria Brahma e a Preiss Haussler & Cia. – Cervejaria Teutônia (produtora, entre outras, das cervejas Excelsior, Teutonia e Munchen-Bock). A notoriedade da Brahma era também obtida através de fortes campanhas publicitárias e do patrocínio que dava a bares, restaurantes e artistas. Para além do mais, a importação de novos equipamentos e a melhoria geral da qualidade da sua maquinaria proporcionou-lhe a obtenção de uma boa imagem junto dos consumidores. Nesta altura, a produção de chope em tonéis chega já aos 6 milhões de litros e a distribuição conta com 9 depósitos situados no centro do Rio de Janeiro. Este crescimento contínuo foi acompanhado, durante os primeiros anos do século XX, do lançamento de novas marcas, casos da ABC, da Bock-Crystal, da Bramina, da Bull Bock, da Rainha ou da Colombo.
Pode parecer surpreendente o grande número de marcas lançadas por uma única empresa, neste caso a Brahma, mas o mercado cervejeiro do início do século passado encontrava-se em grande ebulição, com a fundação de inúmeras indústrias um pouco por todo o Brasil, sendo que cada empresa tratava logo de registar um elevado número de marcas diferentes, por forma a assegurar uma determinada  fatia do mercado. Não querendo fazer um rol muito extenso de todas as marcas que foram sendo criadas, convém enumerar algumas, por forma a ficar-se com uma ideia da pujança da indústria cervejeira da época. Comecemos em 1903, ano em que a Cervejaria Mora de Petrópolis–RJ, se tornou na Fábrica de Bebidas Cascata, produtora das cervejas Cascata Preta e Cascata Branca. Em 1906, a Cervejaria Kuhene lançou a “Progresso 1906”, cerveja criada com o objectivo de comemorar a inauguração da estação ferroviária de Joinville. Um ano depois, a fábrica de cerveja Caetano Carmignani, em Pirassununga, começa a elaborar a cerveja preta Cavalinho, isto após adquirir novas máquinas e equipamentos. Já em 1912 é inaugurada a Cervejaria Tripolitana, fabricante da Tripolitana e com sede em Cachoeiro do Itapemirim – ES. Resumindo e só para se ficar com uma ideia geral, basta dizer que um ano antes do início da Grande Guerra, isto é, em 1913, existiam 134 cervejarias só no estado do Rio Grande do Sul!
A 1ª Guerra Mundial não trouxe grandes alterações ao panorama cervejeiro do Brasil. O facto da guerra se desenrolar principalmente na Europa e de a importação de cerveja estrangeira ser diminuta ou mesmo nula, fez com que não só o consumo como também a produção se mantivessem a níveis bastante elevados e em franco crescimento. Das poucas notícias que nos chegaram relativamente à influência que esta guerra teve na indústria cervejeira brasileira, há que destacar o facto da viúva Kremer, proprietária da Cervejaria Germânia, ter sentido a necessidade de alterar o nome da sua empresa para Cervejaria Americana. Para além disso, notou-se um ligeiríssimo abrandamento no lançamento de novas marcas no mercado: a Brahma surgiu com a Carioca, a Fidalga, a Suprema e a Malzbier e a Companhia Cervejaria Paulista passou a distribuir a Níger, Poker e Trust. E pouco mais há a realçar! O fim da década de 1910 é atingido rapidamente, sem que aconteçam alterações substanciais no tecido empresarial e no mercado cervejeiro brasileiro. Durante este período, assistiu-se à consolidação da cervejaria Brahma como a mais influente e dinâmica da sua área. Veja-se que logo em 1921, esta empresa adquiriu a Cervejaria Guanabara, uma das mais antigas do país, confirmando assim a sua vocação expansionista. O seu crescimento era, logicamente, combatido por outras fábricas e marcas, quer isso se fizesse através do lançamento de novos produtos, quer através da utilização de meios publicitários. Uma das firmas que se entregou a essa "luta" foi a Companhia Cervejaria Adriática, que anunciava nos jornais com relativa frequência. Num desses anúncios, a Adriática mencionava a entrada no mercado de 15 mil dúzias de Adriática Pilsen, Adriática Poschorr, Operária e Primor, assim como "da muito afamada Cachorrinha", todas "leves e límpidas no seu amarello-topázio".
Após uma breve resenha histórica aos primórdios da fabricação e consumo de cerveja no Brasil, importa agora debruçarmo-nos sobre as marcas que assumiram, não só, a liderança do mercado, mas também a vanguarda tecnológica. E nestas áreas há que destacar duas empresas: a Brahma e a Antarctica. Considerando que só a partir dos anos 30 do século XX se começou a definir com alguma precisão  o conceito de marca, já que, como referimos anteriormente, muitas cervejas eram lançadas para o mercado sem nome próprio, iremos fazer uma análise à história de cada uma individualmente. Deste modo e sem ter em conta nenhuma ordem em especial, começaremos pela Brahma.
Como já mencionámos na primeira parte deste artigo, a Brahma foi fundada em 1888 pelo imigrante suiço Joseph Villiger. A empresa, então instalada na Rua Visconde de Sapucaí 128, adoptou o mesmo nome que um deus da Índia, muito venerado junto das águas do lago de Pushkar, sendo que quem aí se banha tem todos os seus pecados perdoados, por piores que estes sejam. A primeira imagem associada à Brahma representava uma mulher envolta por ramos floridos de lúpulo e cevada, sendo esta a componente do também primeiro rótulo da marca. Após algumas fusões e aquisições já aqui enumeradas, a Brahma era, no início da década de 30, uma empresa bem estruturada e virada para o futuro. A aposta em novas tecnologias e publicidade criou uma grande afinidade entre a empresa e os consumidores, não sendo por isso de estranhar que, em 1934, fosse a Brahma Chopp a cerveja mais consumida no país. Nesse ano, a produção alcançou os 30 milhões de litros de cerveja. Ary Barroso e Bastos Tigre compuseram a marchinha "Chopp em Garrafa" que, cantada por Orlando Silva, publicitou fortemente este produto. De facto, a Brahma Choppera a principal marca da firma, em 1937, ao lado de 29 tipos de cerveja e 16 tipos de refrigerante. Em 1943 é introduzida a Brahma Extra, cerveja com extrato forte e encorpado e que tinha o slogan "Extra no Sabor, Extra na Qualidade, Extra nos Ingredientes - Cerveja Brahma Extra, em garrafas ou 1/2 garrafas". Para além do lançamento de novos produtos, a política de aquisições mantinha-se bastante activa. Exemplo disso foi a compra do maior grupo cervejeiro do Rio Grande do Sul, a Bopp, Sassen, Ritter e Cia. Ltda, também conhecida por Cervejaria Continental, em 1946, que mais tarde se viria a tornar na filial Rio Grande do Sul. Esta fábrica foi, entretanto, descontinuada (1998).
Em 1954, a empresa celebrou o seu quinquagésimo aniversário, tomando como base o ano de 1904, data em que a firma se tornou na Companhia Cervejaria Brahma, resultante da fusão entre a Cervejaria Brahma e a Cervejaria Teutônia. Nesse curto espaço de tempo, a empresa tinha-se tornado numa das maiores do Brasil, com 6 fábricas e 1 maltaria em laboração. Para continuar a expandir-se, tornava-se urgente a elaboração de um plano de distribuição que abrangesse as áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Para isso, a Brahma comprou pequenas empresas e criou filiais. Neste último caso, podemos dar como exemplos a filial de Agudos, São Paulo, que nasceu a partir da antiga Companhia Paulista de Cerveja Vienenses, que mais tarde passou a fabricar a cerveja em lata, ou a Filial do Nordeste, na cidade do Cabo - Pernambuco, que foi inaugurada em 1962. Sendo a Brahma uma empresa de capital 100% nacional e sempre preocupada em manter o padrão de qualidade dos seus produtos e a participação no desenvolvimento do país, tornava-se óbvio que a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico não podiam ficar de fora dos seus planos. Assim, em 1968, é inaugurada, no Rio Grande do Sul, a Estação Experimental de Cevada para testes de novas variedades de cevada cervejeira, adaptadas ao clima e solo da região. Em 1971, através da Cervejaria Astra S.A., a companhia concretiza uma forte aliança para a fabricação e distribuição dos seus produtos no Norte e Nordeste do Brasil. A Astra tinha sido criada um ano antes pela firma J. Macêdo & Cia, em Fortaleza - CE, produzindo então uma cerveja de marca própria. Ainda nesse ano, a J. Macêdo adquire o controlo accionário da Cervejaria Miranda Corrêa, de Manaus - AM, para, de seguida, se associar à Brahma, como já atrás foi referido.
Os anos 70 são marcados pela contínua expansão da companhia e por algumas alterações na forma de apresentar os produtos. Logo em 72, a filial de Agudos lança a Brahma Chopp e a Brahma Extra em lata de folha de flandres. É também nesse ano que chega ao mercado a garrafa "personalizada", de vidro incolor e com o nome do produto gravado no vidro. Esta evolução iria dar origem, alguns anos mais tarde, ao lançamento da Brahma Chopp em garrafa própria, de vidro e cor âmbar (antes era engarrafada em vasilhames de qualquer cor). Destaca-se também a adopção dos engradados plásticos para o transporte de cervejas e refrigerantes, inovação levada a cabo pela filial da Brahma em Curitiba (antiga Cervejaria Atlântica, na posse da Brahma desde 1942). Realce igualmente para o pequeno número de novas cervejas que foram lançadas durante esta década. Tal iria manter-se durante os anos 80, período em que a Brahma apostou forte no mercado de refrigerantes. Todavia, a origem cervejeira da empresa nunca foi descurada, pelo que não é de admirar que em 1980, com a exportação da Brahma Beer (Brahma Chopp), a revista "The Washingtonian" a tenha eleito como a melhor cerveja importada dos EUA. Para aumentar a sua participação no mercado cervejeiro, a empresa adquire o controlo accionário das Cervejarias Reunidas Skol Caracu, S.A. Além da cerveja Skol, Chopp Claro Skol, da cerveja em lata Ouro Fino (destinada à exportação) e da histórica cerveja Caracu, a companhia deu continuidade à sua linha de produtos, elaborados em 7 fábricas espalhadas um pouco por todo o Brasil.
Tecnologicamente avançada e com espírito empreendedor, a empresa lançou, em 1982, a Brahma Light, a primeira cerveja de baixa fermentação e baixo teor alcoólico produzida no Brasil. Em 1983, na cidade de Nova Iorque, a Brahma Light concorreu com mais de 972 trabalhos internacionais e 14 brasileiros ao prémio "Clio Awards", um dos mais prestigiados do mundo publicitário, tendo arrebatado o primeiro lugar. Mas como nem só de publicidade vive uma empresa, importando igualmente a qualidade dos seus produtos e a atenção que dá à satisfação das necessidades dos seus consumidores, foi introduzida, em 1984, a Malt 90, apresentada em embalagens de garrafas retornáveis de 300 e 600ml e também em lata. Esta cerveja do tipo pilsen, apresentava cor clara, teor alcoólico médio e paladar suave e saboroso. Infelizmente, não foi muito bem recebida pelos consumidores e acabou por ser descontinuada, pelo que já não se encontra disponível no mercado. A internacionalização da marca e a sua grande aceitação no mercado interno fez com que o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung" a destacasse como a 7ª empresa de cerveja do mundo, numa avaliação com companhias de mais 90 países. Este reconhecimento económico surgiu a par do reconhecimento científico, obtido após a inauguração de uma moderna cervejaria piloto para o desenvolvimento de novos produtos, no laboratório da Filial Rio. Outra importante realização foi a inauguração, em 1988, de mais uma fábrica de cerveja, neste caso a Cebrasp, em Jacareí, São Paulo. Acompanhando a evolução do mercado e preocupada com o meio ambiente, a Brahma lançou igualmente o "Projecto Brahma para Reciclagem", introduzindo então a embalagem em lata de alumínio para a Brahma Chopp e também a embalagem descartável de 300ml para a Malt 90. O final da década fica fortemente marcado pela aquisição da Companhia Cervejaria Brahma pelo Grupo Garantia, iniciando-se então um período de reestruturação e construção de novas fábricas, como por exemplo a da Cervejaria Equatorial, em São Luis, Maranhão.
A entrada na última década do século passado fez-se, pois, com excelentes perspectivas no futuro e com um espírito cada vez mais empreendedor. Deste modo, institui-se em 1991 o Serviço ao Consumidor Brahma, junto com o Código de Defesa do Consumidor, ambos visando garantir apoio e satisfação aos clientes. Durante o ano de 1992 inicia-se o esforço de exportação da Brahma Chopp para a Argentina onde, ao final do primeiro ano, se torna a cerveja nº 1 entre as importadas. Como consequência, torna-se necessário ampliar algumas fábricas, o que acontece com a Cebrasp. 1994 é um ano de mudanças e conquistas. A Administração Central da companhia sai do Rio de Janeiro e instala-se em São Paulo, cidade onde ainda hoje se encontra. Relativamente às conquistas, temos a incorporação da Companhia Anonima Cervecera Nacional, da Venezuela, no portefolio da empresa, passando aí a produzir-se a Brahma Chopp. São inauguradas igualmente mais duas filiais: a Filial Santa Catarina, em Lages e a Fábrica de Luján, na Argentina. Este desenvolvimento chama a atenção da empresa norte-americana Miller Brewing Company, que constatou que o mercado cervejeiro estava em crescimento, especialmente na América do Sul. Em função disso, faz em 1995 uma joint venture (acordo) com a Brahma para distribuir a Miller Genuine Draft. Nesteacordo, havia a possibilidade da Brahma fabricar a cerveja no Brasil para competir no mercado interno. É exactamente o que acontece em Julho de 1996: a Miller Genuine Draft passa a ser fabricada pela Cebrasp e distribuída pela rede Exclusivas Brahma. A partir desse ano, o 0800 foi divulgado em todas as embalagens dos produtos e o consumidor também pôde optar pelo atendimento via carta e, desde Junho, via Internet. A companhia foi a primeira empresa de bebidas a oferecer esse serviço via Internet ao consumidor mantendo, inclusive, contacto com consumidores de outros países. As perguntas e sugestões dos consumidores geraram algumas mudanças de processos e contribuíram para o desenvolvimento de novas embalagens como a Malzbier long neck. Reforçando o seu carácter moderno, a empresa lança no mercado as novas embalagens long neck e lata com 355ml, já que esse é o padrão internacional de embalagens descartáveis. Para dar continuidade a essa modernidade e atender às necessidades do consumidor, a Malzbier Brahma, lançada em 1945, sofre uma modificação visual no seu rótulo e também entra no mercado com a embalagem long neck na versão 355ml.
Os últimos dez anos continuaram a ser de crescimento, pelo que, muito naturalmente, se tomou a decisão de expandir o parque fabril. No início de 1996 é inaugurada a Filial Rio de Janeiro, no bairro de Campo Grande - RJ. Trata-se da maior fábrica de cerveja da América Latina, com capacidade de produção de 12 milhões de hectolitros por ano. É igualmente iniciada a construção de mais 2 unidades fabris: uma em Viamão - Rio Grande do Sul e outra correspondente à Cervejaria Águas Claras, no município de Estância, Aracaju. O aumento da produção permite também um incremento nas exportações, pelo que em 1998 a Brahma Chopp passou a ser exportada para a Europa, utilizando como porta de entrada a França. Influência deste último país, ou não, o facto é que a chegada do novo milénio é comemorada com a introdução de uma Brahma Chopp em embalagem especial, muito similar a uma garrafa de champanhe. Aproximava-se então o grande choque: em 1999, a Companhia Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma anunciavam a criação da Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV), resultante da fusão entre ambas. Estava assim criado um gigante económico mundial, sobre o qual nos debruçaremos mais tarde.
Já em 2006, surge o Chopp Brahma Black. Trata-se de um chopp estilo Lager, escuro, com adicção de nitrogénio, o que torna a bebida mais leve e com uma espuma muito mais estável e cremosa.
A história da Antarctica desenvolveu-se a par da da Brahma. Após os primeiros anos de alguma indefinição e de contínuas mudanças, a firma estabilizou, tornando-se numa das maiores empresas brasileiras do sector das bebidas. A última grande convulsão terá acontecido em 1940, ano em que os proprietários da Companhia Antárctica Paulista, Antonio e Helena Zerrener, alemães de nascença, faleceram e não deixaram herdeiros. A companhia passou entãopor diversas mãos, até ser comprada por vários investidores e se tornar na Companhia Antarctica Paulista – Indústria Brasileira de Bebidas e Conexos, com fábricas em Bom Retiro (Cerveja Progresso e cerveja preta) e na Mooca (cervejas claras e conexos). Esta reformulação da empresa permitiu-lhe crescer e ficar mais forte, lançando-se então numa sucessão de aquisições, sendo talvez a de maior destaque a da Cervejaria Adriática, instalada em Ponta Grossa - PR. Esta companhia, pertencente aos Thielen, família de origem alemã, tinha ganho algum destaque na indústria cervejeira, principalmente através da cerveja Original, produzida, quase como a conhecemos ainda hoje, desde 1930. O desenvolvimento da Antarctica passou também pela constituição de uma maltaria própria, neste caso em Jaguaré, São Paulo, e por mais uma aquisição, nomeadamente o antigo prédio da Fábrica de Cerveja e Gelo Colúmbia, em Campinas - SP, que passou a servir de depósito à fábrica adjacente. Infelizmente, esse prédio encontra-se vazio e abandonado desde 1989.
Em 1960, a Antarctica celebrou 75 anos de história possuindo, por essa altura, uma capacidade de produção de 3,9 milhões de hectolitros/ano, número que engloba cervejas e refrigerantes. À medida que as vendas iam crescendo, também aumentava o número de empresas concorrentes. Uma dessas empresas era a Cervejaria Bohemia, produtora da excelente e muito antiga cerveja Bohemia e também do Guaraná Petrópolis, grande concorrente do Guaraná Antarctica. Para eliminar esse foco de competição, a Antarctica adquiriu o controlo accionário da cervejaria Bohemia, marca essa que ainda hoje faz parte do portefolio da AmBev. Com as constantes aquisições, a Antarctica tinha-se tornado num gigante industrial, sempre atento a novas oportunidades de mercado e a tendências de consumo. Pelo caminho, outras empresas iam ficando sob a sua alçada, casos da Polar, próspera empresa do estado do Rio Grande do Sul, ou da Cerman, da Cervejaria Catarinense (que se instalou em Joinville, em 1938) e, talvez a mais importante de todas, a Companhia Cervejaria Paulista. Esta firma, de grandes tradições e instalada em Ribeirão Preto desde 1911, iniciou uma tradição nesta cidade, local onde abririam inúmeras choperias, entra as quais a muito famosa Pinguim, ao lado do Theatro Pedro II. De facto, não é por acaso que Ribeirão Preto é denominada a Capital do Chopp!
O ano de 1973 foi caracterizado por um conjunto de medidas postas em prática pela Directoria da Empresa, tendo em  vista a descentralização das actividades industriais e comerciais do complexo empresarial Antarctica. Nesse ano foram constituídas empresas com personalidade jurídica própria, em vários Estados brasileiros, a saber: a) Companhia Sulina de Bebidas Antarctica, com sede em  Joinville, Estado de  Santa Catarina, que passou a operar a partir de Abril de 1973, com a incorporação das unidades de Ponta Grossa e Curitiba; b) Cervejaria Antarctica Niger S/A, de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, resultante da fusão, no mesmo ano, da Cervejaria Antarctica de Ribeirão Preto S/A, com a Cervejaria Níger S/A; c) Indústria de Bebidas Antarctica do Rio de Janeiro S/A, resultante da Fusão da Cervejaria Antarctica da Guanabara Ltda, com a Companhia Cervejaria Bohemia, de Petrópolis. A entrada na década de 70 é, pois, feita em grande, com mais uma mão cheia de aquisições e inaugurações. Assim, a Antarctica adquire ainda a Cervejaria Pérola de Caxias do Sul - RS e a Companhia Itacolomy de Pirapora - MG. Por curiosidade, refira-se que a produção da cervejaria em Pirapora foi estrategicamente transferida e centralizada, em 1998/99, na cidade de Jacarepaguá - RJ. No ano de 73 são também constituídas novas filiais em Goiânia - GO, Montenegro - RS, Rio de Janeiro - RJ e Viana - ES e nos anos seguintes são inauguradas as filiais no Rio Grande do Sul e Teresina. O desenvolvimento exponencial da firma foi também acompanhado por um crescente interesse no campo científico e tecnológico. Para isso, a Antarctica decidiu ampliar a sua maltaria, situada em São Paulo, adquirindo, ao mesmo tempo, uma área de 14,32 hectares em Paulo de Frontin - PR, destinada à pesquisa e experimentação agrícolas com a cevada cervejeira.
Assegurada que estava a sua estabilidade e representatividade em território brasileiro, importava agora abraçar novos desafios e explorar outros mercados. Os anos 80 são, por isso, dedicados à internacionalização da companhia, iniciando-se então a exportação de produtos da Antarctica para a Europa, Ásia e Estados Unidos. Curiosamente, o produto que acabou por ter mais sucesso foi o Guaraná, já que as cervejas da marca tiveram algumas dificuldades em se impor nos mercados mencionados. A comercialização de produtos para outros países, obrigou a um aumento na produção de bebidas, não sendo de estranhar o valor de 16,4 milhões de hectolitros/ano atingido em 1980. Para conseguir igualar a procura, foi necesssário a compra de mais fábricas e a abertura de novas filiais. É assim adquirida, ainda em 1980, a Cervejaria Serramalte, com as suas fábricas de Getúlio Vargas e Feliz - RS. Esta companhia, fundada em 1953, tinha como origem a Cervejaria Ruschel, fundada por Victor Ruschel tendo, posteriormente, passado a designar-se por Cervejaria Polka, até chegar ao nome de Cervejaria e Maltaria da Serra, Ltda. (Serramalte). Ao longo dos anos, apresentou uma evolução extraordinária, cotando-se mesmo como uma das maiores da região e do estado e uma das principais do ramo no país. Do início das suas actividades até 1957, a indústria funcionou apenas com o sector da maltaria, sendo que a venda da sua produção se limitava às regiões Central e Norte do país, enquanto era construída e montada a cervejaria. A 24 de Junho de 1957, foi lançada a primeira cerveja Serramalte, produto que ainda hoje é vendido pela AmBev. Todavia, a compra das fábricas da Serramalte continuava a ser insuficiente, pelo que, em 1985, se inicia a construção de uma fábrica da Antarctica em João Pessoa - PB, que começa a laborar três anos mais tarde, altura em que é também inaugurada a Fábrica de Cervejas Antarctica no Rio de Janeiro, com capacidade de produção de 3,5 milhões de hectolitros/ano. O número de filiais não pára igualmente de crescer pelo que, para não cansar, vamos apenas enumerar algumas: Filial Jaguariúna - SP, Filial Canoas - RS, Filial Cuiabá - MT, enfim, muitas e espalhadas um pouco por todo o Brasil, num total de 25.
A última década do século passado é aproveitada pela Antarctica para renovar a sua gama de produtos, começando pelo lançamento da Kronenbier, uma das primeiras cervejas sem álcool do mercado brasileiro. Para além desta, muitas outras surgem, novas ou apenas renovadas: a Antarctica Bock, a Polar, a Polar Pilsen, a Bavária Premium, a Antarctica Pilsen Extra em long neck, a Antarctica Pilsen em long neck com rótulo metalizado e ainda a Bavária Pilsen em garrafa 600ml descartável e em lata. Há finalmente que destacar o acordo entre a companhia e a gigante cervejeira norte-americana Anheuser-Busch no sentido de ser constituída a Budweiser Brasil, que tinha como objectivo a distribuição da cerveja Budweiser nos postos de revenda da Antarctica e, em troca, a venda do Guaraná Antarctica nos Estados Unidos. Mas é claro que o grande destaque desta década vai para a já referida união entre a Companhia Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma, daí resultando a colossal AmBev, à qual voltaremos mais tarde. Entretanto, a Antarctica comemorou já o seu centésimo aniversário, tendo lançado para o efeito uma garrafa comemorativa.
Tendo feito uma breve resenha do historial das duas mais importantes companhias cervejeiras do Brasil, a Brahma e a Antarctica, não é menos importante debruçarmo-nos um pouco sobre as restantes empresas que, quer hoje quer no passado, ajudaram a moldar o mercado de cervejas deste país. Deste modo temos:
Belco - A Cervejaria Belco foi fundada em 1983 em Botucatu - SP. A empresa foi instalada onde antes funcionava a Belgium Co., uma cooperativa de produção que reunia os remanescentes da colonização belga na região. A formulação do nome veio naturalmente, com a junção das sílabas iniciais da cooperativa. A primeira unidade de produção tinha capacidade para produzir 3600 hectolitros/ano, comercializados em barris de madeira na forma de chopp. Em 1988, a fábrica mudou-se para São Manuel, onde ainda hoje se situa, tendo aberto, entretanto, uma segunda fábrica em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Actualmente, a cerveja é já exportada para os Estados Unidos, Europa e Ásia. No mercado, encontram-se as marcas Chopp Belco, Belco Pilsen, Tauber, Malzbier Belco, Mãe Preta e Belco Sem Álcool.
Cerpa - A cerveja Cerpa nasceu em 1966 pelas mãos da Cerpasa ou Cervejaria Paraense como também é conhecida. A fábrica ficou instalada junto das margens da Baía do Guajará, em Belém - PA, numa área de 157.633 m2. Apesar da forte concorrência de produtos como a Brahma e aAntarctica, a Cerpa conseguiu granjear um bom prestígio a nível interno, independentemente das vendas nunca terem realmente disparado. Procurando diferenciar-se das suas rivais pela qualidade do produto e inovação, a Cerpa apresentou, em 1996, o processo Draft Beer, no qual a cerveja não passa pelo tradicional sistema de pasteurização, mas antes por uns complexos filtros de celulose e descarga térmica. Actualmente, a Cerpa é líder no Estado do Pará e produz a Pilsen Draft Beer e a Export Draft Beer (Cerpinha).
Cervejaria Malta - A história desta cervejaria começa em 1956, com a escolha da cidade de Assis - SP para instalação da fábrica. O local foi escolhido pela presença de uma mina de água, cujas características minerais eram perfeitas para a produção de refrigerantes. Naquela época, com o nome inicial de Indústria e Comércio de Bebidas Cristalina Ltda, a empresa foi ganhando a preferência dos consumidores. Em 1960, ainda fabricando somente refrigerantes, a distribuição já atingia as cidades mais próximas. Procurando sempre expandir a área de venda dos seus produtos, a companhia organizou um quadro de distribuidores nas cidades da região, como Presidente Prudente, Marília, Bauru, Tupã e Londrina, a fim de ampliar a comercialização dos produtos Cristalina. Essa medida triplicou as vendas da empresa no período de um ano. Mantendo o crescimento constante com acções de merchandising e promoções, rapidamente se chegou à marca de 30.000 litros produzidos por dia em 1980. Em 1984, com o lançamento comercial do Chopp Malta (3600 litros/mês), iniciava-se uma nova fase da empresa. O começo da década de 90 é marcado pela estreia da nova Malta. No período seguinte, deve-se destacar o constante avanço tecnológico da firma, acompanhado pela ampliação da linha de produtos. Em 1996, a denominação social da companhia foi alterada para a atual Cervejaria Malta Ltda. Presentemente, a Cervejaria Malta comercializa: a Malta Pilsen, Malta Malzbier, Malta Golden e o Chopp Malta.
Cervejaria Petrópolis - Decorria o ano de 1993 quando um grupo de empresários se associou e decidiu comprar algumas máquinas, equipamentos e um terreno perto da rodovia Br 040 - Km 51. Aproveitando o clima ameno da região serrana, a existência de água de qualidade excepcional e fazendo uso dos excelentes conhecimentos  de um mestre cervejeiro e de matéria-prima importada de alta qualidade, é lançada em 1994 a cerveja Itaipava, cuja primeira aparição decorreu no Shopping Vilarejo, tendo tal festa contado com a presença de muitas pessoas da sociedade Petropolitana. A Itaipava começou a ser comercializada ainda nesse ano e em 1998 viria a aparecer com um novo rótulo, mais moderno e identificativo. Curiosamente, ainda em 98 a cervejaria é vendida a um novo grupo de investidores, que aposta na aquisição de novas máquinas e na expansão da fábrica. Surge igualmente um novo produto que teve logo boa aceitação no mercado brasileiro, a cerveja Crystal. Com o aumento da demanda e a preocupação em atender aos diversos paladares, a Cervejaria Petrópolis ampliou em meados de 2004, a sua lista de produtos, lançando a Petra, uma cerveja escura Premium (produzida em Petrópolis), além de ampliar as linhas das marcas Itaipava e Crystal com as long neck nas versões Pilsen, Premium e Malzbier e também versões em chope claro e escuro. A Petrópolis também inovou ao adoptar o selo higiénico, que é uma folha fina de alumínio que cobre a parte superior da lata e que tem de ser retirada para permitir a abertura da mesma.
Cintra - Em 1997, o grupo empresarial de origem portuguesa Cintra, lança-se no mercado de cervejas brasileiro. Com actuação em áreas tão diferentes como o petróleo, imobiliária, energias renováveis ou águas minerais,  a companhia viu uma hipótese de negócio a partir da aquisição de uma fábrica de cerveja situada em Mogi-Mirim - SP, antes pertença da Kaiser. Com uma capacidade de produção de perto de 150 milhões de litros de cerveja por ano só na unidade de Mogi-Mirim, o grupo Cintra prevê continuar a crescer no Brasil, não só através do lançamento de novos produtos mas também apostando no aumento da capacidade de produção das actuais fábricas. A conquista do mercado é feita através da Cintra Pilsen, Cintra Escura, Cintra Mulata e Chopp claro e escuro.
Colônia/INAB - Inicialmente designada por Cervejaria Sul Brasileira, a INAB (Indústria Nacional de Bebidas) é uma empresa recente no mercado de bebidas brasileiro, apresentando, no entanto, um forte crescimento e expansão. Fundada em 1994 por iniciativa de Jaime Gatto e Saul Brandalise Jr., a empresa de Toledo - PR elabora vários produtos, sendo o de maior destaque a cerveja Colônia Pilsen. Para além desta, produz também a Sambadoro, uma cerveja Premium destinada à exportação, a Colônia Malzbier, a Colônia Negra (uma cerveja escura tipo stout, lançada em 2004), a Colônia Low Carb, a Colônia Extra Lager e o Chopp Colônia. Um dos produtos mais inovadores desta firma é a Donna's Beer. Esta cerveja, especialmente vocacionada para o público feminino, possui aroma e sabor delicados, suaves e refrescantes, com uma sensação levemente frutada no paladar final. As garrafas são envolvidas por um rótulo sleeve (sistema de rotulagem plástica) importado de França, em tons de prata e vermelho, com detalhes em flores que se destacam quando expostos à luz negra.
Conti - O ano de 2001 assistiu à concretização de uma ambiciosa parceria entre a Krones, a maior fornecedora de máquinas do mundo para o segmento das bebidas, e a Casa di Conti, fabricante do tradicional vermute Contini. O resultado desse acordo de colaboração foi o surgimento da Cervejaria Conti, que ainda durante o primeiro ano iniciou a produção da cerveja Conti. A fábrica, com uma capacidade de produção de 300 mil hectolitros/ano, produz actualmente a Conti Bier, a Conti Malzbier e o Chopp Conti.
Eisenbahn/Cervejaria Sudbrack - A Sudbrack, de Blumenau - SC, é uma empresa bastante recente no mercado de cervejas brasileiro. Criada em 2002, surgiu devido ao descontentamento de alguns empresários do sector pela forma como estava a evoluir o mercado de cervejas do país. De facto, cada vez mais se faz chopp e cervejas do tipo pilsen, esquecendo-se os outros tipos tradicionais de cerveja originários da Europa.Apostando num experiente mestre cervejeiro e seguindo a Reinheitsgebot, a Lei Alemã da Pureza, criaram a Eisenbahnque pode, hoje em dia, ser degustada sob muitas formas: Dunkel, Kolsch, Pale Ale, Pilsen, Pilsen Orgânica, Weihnachts Ale, Weizenbier, Weizenbock, Rauchbier, Bierlikor e, claro, Chopp. Admitamos que tal variedade é muito difícil, senão mesmo impossível, de encontrar em qualquer outra empresa cervejeira brasileira.
Frevo - A empresa Frevo Brasil Indústrias de Bebidas, sedeada em Recife - PE, decidiu entrar no mercado das cervejas no início do novo milénio, lançando, para isso, a cerveja Frevo Pilsen em Julho de 2003. Tal representou um investimento de 20 milhões de reais e coincidiu com o sexto aniversário desta companhia. A área de distribuição desta cerveja pernambucana incidiu, inicialmente, na região do Nordeste, sendo que a empresa esperava conseguir controlar 10% desse mercado no final do  primeiro ano. Estes objectivos ambiciosos não foram totalmente atingidos pelo que, em Dezembro de 2005, a Frevo apareceu no mercado com uma nova fórmula, pronta a agradar ao gosto do consumidor brasileiro.
Germânia - Apesar do nome idêntico, não se deve confundir esta cervejaria com uma que existiu no início do século XX e que entretanto desapareceu. A actual Germânia foi fundada em 1991 na cidade de Vinhedo - SP. Após um início difícil, a contratação de um mestre cervejeiro e o investimento no desenvolvimento da fábrica fez com que a empresa se tornasse conhecida, especialmente na venda de chopp. Resultado: hoje a Germânia responde por 10% do mercado de chopp de São Paulo e prepara-se para obter a mesma performance longe da região Sudeste. Para além do chopp, a Germânia comercializa também a cerveja Pilsen e a Escura.
Guitt's/Refrigerantes Convenção - A Guitt's, criada em 2001 pelos Refrigerantes Convenção, é uma nova aposta desta empresa e resulta num investimento que permitiu criar na cervejaria uma capacidade instalada suficiente para produzir 300 mil hectolitros anuais. Localizada em Caieiras - SP, a firma produz a Guitt's Pilsen e a Guitt's Malzbier. E porquê Convenção? Em 18 de abril de 1873, um encontro denominado “Convenção de Itu”, reuniu um grupo de paulistas partidários do derrube do regime monárquico. Eram, na sua maioria, fazendeiros, comerciantes, profissionais liberais e beneficiários dos negócios da grande lavoura cafeeira. Neste encontro foram propostos novos princípios para a organização do país e lançadas as bases do movimento republicano. Foi este grande marco histórico que inspirou a criação da marca Convenção.
Kaiser – Tudo começou em 1980, ano em que Luiz Otávio Possas Gonçalves, um dos principais accionistas do grupo Gonçalves-Guarany, proprietário, desde 1947, de duas grandes engarrafadoras de Coca-Cola no estado de Minas Gerais, passou a perder gradualmente a sua participação no mercado de refrigerantes. De facto, as duas maiores marcas líderes do mercado de cervejas praticavam um tipo de vendas em que quase obrigavam o comerciante a comprar guaraná e soda à empresa que também lhe vendia cerveja. Para tornear esse problema, Luiz Gonçalves optou por passar a fabricar, ele próprio, cerveja. Arriscando todo o capital de que dispunha para construir uma nova cervejaria em Divinópolis - MG, a Kaiser rapidamente conseguiu colocar a sua primeira garrafa no mercado, a 2 de Abril de 1982. O nome Kaiser foi escolhido devido ao seu significado em alemão (‘Imperador’), por ser uma palavra de pronunciação fácil e por associar à imagem da marca a tradição dos antigos cervejeiros alemães. O rápido sucesso que a empresa teve em Minas Gerais possibilitou a expansão da estrutura com novas fábricas em Mogi-Mirim – SP e Nova Iguaçu – RJ. No final de 1983, a Kaiser já distribuía para os grandes mercados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nessa mesma época, a tradicional cervejaria holandesa Heineken, uma das maiores exportadoras de cerveja do mundo, passou a dar assistência técnica à Kaiser. Em 1984, a Coca-Cola Internacional entrou na sociedade, ao comprar 10% da cervejaria, convencida que o mercado brasileiro apresentava características incomparáveis ao resto do mundo. Em 1986, a marca Kaiser já estava em Goiás, na região de Brasília e Mato Grosso. Depois, em Setembro de 87, foi criada uma nova unidade em São Paulo, na cidade de Jacareí, o que reforçou o abastecimento na região. O crescimento da companhia fez-se também através de aquisições e lançamento de novos produtos, como aconteceu com a compra da marca Xingú, da Cervejaria Independente Lda., de Toledo – PR e o aparecimento de uma nova marca de cerveja pilsen baptizada de Santa Cerva.Em 2002 viria a ocorrer uma grande alteração no capital social da empresa, já que a canadiana Molson Inc. adquiriu a companhia por US$ 765 milhões. A operação envolveu a aquisição das Cervejarias Kaiser Brasil S.A, Cervejarias Kaiser Pacatuba S.A., Cervejarias Kaiser Nordeste S.A. e Cervejarias Kaiser Goiás S.A., com a transferência de 100% das acções da BavariaLtda., ficando somente a denominação Cervejarias Kaiser Brasil S.A. Apenas 4 anos depois a Kaiser viria a ser novamente comprada, desta vez pela mexicana Femsa que adquiriu 68% do capital da empresa, continuando 15% com a Molson e 17% com a Heineken. Hoje, a Kaiser possui 10 fábricas, gera cerca de 2300 empregos directos e 620 indirectos. A estratégia de expansão da empresa continua forte e activa, com lançamentos de produtos como a Kaiser Gold (uma cerveja que já existia no Sul e que agora passou a ser vendida também em São Paulo), a Santa Cerva Malzbier e a Bavaria Premium em lata, uma das mais antigas cervejas do Brasil. Para além disso, novas unidades foram surgindo, como sejam as de Araraquara - SP, Feira de Santana - BA, Ponta Grossa - PR e Gravataí - RS.
Krill - A Cervejaria Krill, fundada em 1987, está localizada na Estância Hidromineral de Socorro - SP, a 140 Km da capital paulista, povoação famosa em todo o país pelas suas riquezas naturais e pela abundância de fontes de água mineral. A privilegiada região em que a empresa se localiza é conhecida como "Circuito das Águas" e atrai, todo o ano, milhares de turistas que procuram descanso e contacto com a natureza. Em 1994, a cerveja Krill começou a ser produzida de uma forma quase artesanal, isto apesar da história da empresa se ter iniciado bastante antes, mais precisamente na década de 50 do século passado. Da produção de bebidas como  licores e conhaques, rapidamente se passou à elaboração de refrigerantes, nomeadamente o Guaraná Mantovani ou Indião, como é conhecido na região. Esta bebida depressa se tornou líder do mercado regional, sendo um sucesso absoluto entre os habitantes locais e os turistas e visitantes do "circuito das águas". No início dos anos 80, ainda sob o comando dos Mantovani, a empresa foi vendida a um grupo de empresários paulistas. O início da produção de cerveja resultou do facto desses empresários terem sentido a necessidade de lançar um novo produto no mercado. A Krill teve então algum sucesso e, com ele, tornou-se evidente a necessidade de se efectuarem mais investimentos. No início de 1996, a empresa adquiriu uma linha de produção ainda mais moderna, munida de centrais computorizadas. Mais recentemente foi lançada a Malzbier nas versões garrafa de 600 ml e long neck. A empresa comercializa também o Chopp Krill.
Kilsen - A história da cerveja Kilsen começa a 3 de Julho de 1984, com a aquisição de uma pequena engarrafadora de aguardente na cidade de Chapecó - SC. A perseverança e tenacidade dos novos proprietários fizeram com que a fábrica rapidamente atingisse a sua capacidade máxima de produção, pelo que se tornou necessário ampliar as instalações e mesmo deslocalizá-las. Em Novembro de 1987, a empresa transferiu-se para novas instalações, tendo por objectivo a criação de uma rede distribuidora capaz de satisfazer todo o mercado brasileiro e mesmo alguns países do Mercosul. Actualmente, a companhia produz a Kilsen Pilsen, a Kilsen Chopp, a Kilsen Malzbier e a Kilsen Extra.
Lecker/Worldbev - A Worldbev (antes conhecida por Fornel e Cia.) está presente no mercado de bebidas há mais de 40 anos (bebidas Boite Show), elaborando produtos tão diversificados como sejam os refrigerantes, cervejas, vinhos, chopps, destilados, entre outros. Actualmente, a empresa está instalada numa área de 100.000 metros quadrados, na cidade de Capivari, estado de São Paulo. Tendo-se dotado dos mais modernos e sofisticados equipamentos para elaboração e engarrafamento dos seus produtos, a companhia comercializa, hoje em dia, várias marcas de cerveja, a saber: Lecker Pilsen, Piva, Prosit, Lecker Malzbier e Lecker Munique.
Lokal/Cervejaria Teresópolis - A Cervejaria Teresópolis, uma divisão industrial da tradicional Bebidas Comary, empresa líder de mercado em compostos alcoólicos, apostou, no início de 2003, no lançamento da cerveja Lokal Bier (que quer dizer "cerveja da nossa terra"), após investir cerca de 40 milhões de dólares. Gerando 480 empregos directos e indirectos, a Cervejaria Teresópolis tem potencial somente na 1ª fase para produzir mais de 10,8 milhões de garrafas de 600ml por mês, com perspectiva de ampliar para mais de 24 milhões/mês na 2ª fase (já em andamento). Actualmente, a empresa possui uma rede de 60 distribuidores, estando presente em mais de 250 mil postos de venda e em cinco estados diferentes: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e São Paulo. Do seu portefolio fazem parte a Ale, a Bock, a Dortmunder, a Ice, a Malzbier, a Munchen, a Weissbier, a Porter, a Stout e a Pilsen
Schincariol - A história da Schincariol começa em 1939, na cidade paulista de Itu. Fundada por Primo Schincariol, a pequena e simples fábrica limitava-se a produzir refrigerantes, como a famosa Itubaína com sabor a tutti-frutti. Durante muitos anos a empresa manteve-se a um nível regional, só se destacando a partir de 1989, altura em que começou a produzir a sua primeira cerveja, tipo pilsen, que foi logo um sucesso em termos comerciais. Hoje, a Schincariol tem 7 fábricas, que produzem mais de 2,1 biliões de litros de cerveja por ano. A sua linha de produtos é formada por cervejas, chopp, refrigerantes e água mineral e estes são distribuídos em todo o território brasileiro, para além de vários países do Mercosul, Ásia e Europa. Em 2003, a empresa lançou a All Beer, uma marca própria dos supermercados Carrefour, resultante de intensas negociações entre as duas firmas. A gama de cervejas da Schincariol inclui a Nova Schin, a Primus, a Glacial e a NS2. A sua última unidade industrial localiza-se em Igrejinha - RS e resulta de um investimento de R$ 170 milhões. A planta vai produzir 150 milhões de litros de cerveja e 50 milhões de litros de refrigerante e água mineral por ano, com geração de 300 empregos directos e 2,4 mil indirectos.
Durante 2007/2008, a Schincariol comprou as microcervejarias Nobel, Devassa, Baden-Baden e Eisenbahn. Eis uma breve história sobre a Indústria de Bebidas Igarassu (IBI), fabricante da cerveja Nobel.
A Indústria de Bebidas Igarassu (IBI) iniciou as suas operações em Setembro de 2006, na cidade de Igarassu, situada a cerca de 30 km de Recife. A cidade foi escolhida por possuir um lençol freático com uma das águas mais puras do Brasil, o que possibilita a produção de uma cerveja com muito qualidade.A Nobel começou a ser vendida em Outubro de 2006 e rapidamente se tornou num sucesso em Recife. Os consumidores receberam a novidade de braços abertos e, em apenas nove meses, a cerveja já havia conquistado 6,4% de participação de mercado na cidade. Um desempenho excepcional, que poucas vezes foi visto na história do disputado mercado de cervejas. Em 2007, o Grupo Schincariol comprou a IBI e a marca Nobel. Foi assim que a marca se expandiu para outras praças no Nordeste, como Maceió e Salvador. Este processo de expansão ganhou mais força com a comercialização de Nobel no interior do Estado da Bahia, em Aracaju (SE), Natal (RN) e João Pessoa (PB). Em Abril e Maio do mesmo ano, a Nobel também começou a ser comercializada em Fortaleza (CE), Teresina (PI) e em São Luís (MA), onde a cerveja só foi vendida em supermercados e hipermercados. Em São Paulo, na capital e em algumas cidades do interior, a Nobel pode ser encontrada na rede Pão de Açúcar.
Spoller/INBEB - A Spoller é uma empresa que iniciou as suas actividades em Ourinhos - SP, local onde produz a tradicional cachaça Oncinha. Em 1997 a companhia passou também a produzir acerveja Spoller e, numa tentativa de aumentar a capacidade de produção, mudou-se em 2004 para a cidade de Londrina - PR, adoptando a empresa uma nova designação comercial: INBEB - Industrial Norte Paranaense de Bebidas, Lda. A firma comercializa as cervejas Spoller Pilsen e Spoller Malzbier.
E eis-nos na altura de regressarmos à história bem recente da AMBEV e daINBEV. Por motivos cronológicos, falemos então da primeira. A Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV) resultou da fusão das históricas Companhia Antarctica Paulista e Companhia Cervejaria Brahma. Após longos meses de negociações, as empresas chegaram a um acordo, criando, assim, a 5ª maior empresa de bebidas do mundo. Esta nova empresa possuía, no seu leque de marcas, produtos tão famosos como a Brahma, a Antarctica, a Skol, a Bohemia e ainda outras marcas como a Kronenbier, a Caracu, a Carlsberg, a Miller, a Polar e a Serramalte. A única designação que alienaram foi a Bavária, vendida ao gigante canadiano Molson que, entretanto, adquiriu o grupo Kaiser. Apesar desta junção, os produtos mantiveram a sua autonomia e diferentes ritmos de desenvolvimento. Por exemplo, logo no ano 2000 a Antarctica aproveita para mudar de visual, apresentando uma nova cor, um novo rótulo e uma nova campanha na comunicação social, cujo slogan era: "Mudou ou não mudou?". Do lado da Brahma, apareceram as embalagenstermossensíveis que indicavam se a cerveja estava gelada e, portanto, no ponto exacto para ser bebida.
Mas não foi apenas na área das cervejas que a AMBEV apostou forte. Através de aquisições e fortes campanhas publicitárias lançou novos produtos em mercados pouco tradicionais, como foi o caso do grande investimento que fez em Portugal e Porto Rico por altura da introdução nesses países do Guaraná Antarctica. Aliou-se igualmente a empresas importantes, como a argentina Quilmes, a peruana Embotelladora Rivera ou a equatoriana Cerveceria SurAmericana, facto que lhe permitiu aceder com mais facilidade a alguns países da América do Sul e Central. Chegou mesmo a comprar as uruguaias Salus e Cympai (produtora das marcas Nortea e Prinz). A nível interno, foram apresentados três novos produtos: a Skol Beats, a Bohemia escura e a Bohemia Weiss.
Ainda o mercado não tinha absorvido por completo a junção da Brahma com a Antarctica, já outro terramoto comercial se adivinhava: a união entre a AMBEV e a Interbrew. Tal viria a ser anunciado em 2004, originando a criação da INBEV, uma empresa com mais de 200 marcas no seu portefolio, entre as quais se encontram as bem conhecidas Beck's, Brahma, Stella Artois e Leffe. Empregando cerca de 85.000 pessoas e estando presente em 32 países, a INBEV é actualmente a maior empresa cervejeira do mundo, vendendo cerca de 202 milhões de hectolitros de cerveja e 31,5 milhões de hectolitros de refrigerantes só em 2004. A Interbrew era uma empresa de raízes belgas, formada pela junção da flamenga Stella Artois com a Piedboeuf da região da Valónia. O seu carácter regional só desapareceu quando adquiriu a canadiana Labatt, uma companhia que, à altura, era practicamente do mesmo tamanho que a Interbrew. A partir daí, através de fusões e aquisições, tornou-se na maior companhia de cervejas do mundo, à frente de gigantes como a SABMiller, a Anheuser-Busch e a Heineken.
Já sob a nova gerência, é introduzida, ainda em 2004, a cerveja Serrana, com uma receita inédita, elaborada a partir de várias fórmulas datadas do início do século XX e que foram encontradas na fábrica da cervejaria Antarctica durante a catalogação do Projecto Memória Viva da empresa. Para além desta, surgem também a Bohemia Royal Ale, a Brahma Liber e a Skol big-neck, em garrafa de 50cl e com tampa de rosca.
Resta-nos deixar uma última palavra para a cerveja que é líder incontestada do mercado brasileiro: a Skol. Curiosamente, a ideia de formar a Skol surgiu na Europa, em 1964, a partir de um grupo formado por seis cervejarias entre as quais se incluia a "Sociedade Central de Cervejas", de Portugal. Inicialmente, a Skol associou-se ao Grupo S (Scarpa), que era detentor de 4 cervejarias: a Rio Claro(Caracu), a Santista, a Cayru e a Londrina. Essa união originou a Indústrias Reunidas Skol/Caracu, S.A., que viria a lançar a cerveja Skol Pilsen. Em 1970, a Skol é adquirida pela BRASCAN, grupo formado por empresários brasileiros e canadianos. A estrutura accionista só viria a ser alterada em 1980, ano em que a Brahma compra a empresa, juntando às suas marcas a Skol, a Caracu e a Ouro Fino. Sempre na vanguarda da tecnologia, a Skol foi a primeira cerveja em lata do Brasil a ser comercializada em folha de flandres, para além de ter inovado com embalagens descartáveis de vidro e tampas de abertura fácil. Por outro lado, novas versões vão surgindo, como sejam a Skol Bock, a Skol Ice e a Skol Fest (cerveja em lata de 5 litros, acompanhada de bomba e bolsa térmica), mantendo-se igualmente a aposta na Caracu (relançada em lata em 1998). É também firmado um acordo com a Carlsberg, o que permite à Skol distribuir esta marca no Brasil. A última grande novidade desta empresa foi o lançamento, em 2002, da Skol Beats, uma cerveja refrescante e de aspecto moderno e, mais recentemente, a Skol Lemon, uma cerveja com um ligeiro sabor a limão.
O mercado de cervejas brasileiro tem sofrido fortes convulsões nos últimos anos, quer com a junção da Brahma e da Antarctica no grupo AMBEV, quer com a posterior fusão entre esta e a belga Interbrew, que deu origem a um dos maiores grupos cervejeiros do mundo: a INBEV. Para além desta situação, um outro fenómeno tem ganho particular destaque neste mercado tão competitivo: a expansão das microcervejarias. Após o aparecimento da primeira, que muitos consideram ser a Bavarian Park de Curitiba, surgem, por ano, entre 4 a 6 novas marcas, elaboradas tendo em vista a qualidade do produto e a satisfação do consumidor. Com cervejas que fogem do padrão comum, nomeadamente o tipo pilsen, tão querido das grandes cervejeiras brasileiras, estas pequenas explorações estão, a pouco e pouco, a conquistar o paladar do povo brasileiro. Para estas microcervejarias, a criatividade não tem limites, não sendo por isso de estranhar o surgimento de cervejas com sabor a fruta, chocolate ou tequila. Tal facto já se reflectiu nas grandes empresas, obrigadas a criar novos produtos que acompanhem essas tendências. Foi o caso do lançamento de uma série de cerveja preta especial da marca Bohemia, com garrafa personalizada e numerada. Deste modo, importa também ficar a conhecer um pouco das mais importantes microcervejarias brasileiras. Por questões de espaço, não nos é possível falar de todas, nem descrevê-las ao pormenor como muitas mereceriam. Fica apenas um pequeno apontamento sobre aquelas que nos parecem mais relevantes. A saber:
Alles Bier - A fábrica da Alles Bier foi fundada em Curitiba decorria o ano de 1986. Esta pequena cervejaria, idealizada por alemães que vivem no Brasil, produz, ainda hoje, as suas cervejas sem recorrer à junção de quaisquer aditivos, resultando num produto fresco e sem pasteurização. Em Curitiba estão centralizadas as fases de cozimento, fervura e fermentação, garantindo assim higiene, homogeneidade de fabricação e controlo de qualidade. Cerca de 90% da produção é consumida na Alles Bier, a cervejaria/botequim/discoteca que apoia este projecto. Situado em Campinas, o espaço possui 1800 metros quadrados onde se concentra, para além do grande balcão que circunda a mini-fábrica de cerveja, a pista de dança, o restaurante e uma completa infra-estrutura para eventos especiais. Tudo isto aliado à qualidade da cerveja produzida artesanalmente.
Ashby - A Cervejaria Ashby foi criada em 1993 pela família com o mesmo nome. Localizada em Amparo - SP, cidade que pertence ao Circuito das Águas, a empresa beneficia das óptimas condições locais e da excelente água mineral aí existente para produzir chopp e cerveja de alto gabarito. O objectivo maior da cervejaria sempre foi o de elaborar produtos de qualidade superior, pois os seus donos consideravam que o país ainda não possuía a cultura das cervejarias gourmet europeias. A sua primeira cerveja foi produzida em 1995 e desde então vem apostando fortemente no segmento do chopp personalizado. A empresa, onde pontifica o mestre cervejeiro Scott Ashby, comercializa o chopp Pilsener, a California Cooler (um produto inovador igualmente conhecido como chopp de vinho), o chopp Porter (chopp escuro), o chopp Weiss, o Hops Pilsen e o Hops Escuro, sendo estes dois últimos, basicamente, chopp engarrafado, ideais para viagens ou para consumir em casa. Leia a entrevista que fizemos à Ashby clicando aqui ou veja a newsletter da companhia.
Belts Beer - Esta microcervejaria de Goiânia produz chopp artesanalmente, feito a partir de técnicas especiais que dispensam o uso de quaisquer produtos químicos, conservantes ou estabilizantes de espuma. A sua fermentação é feita a uma temperatura abaixo dos 12 graus, enquanto a das grandes fábricas é processada, em geral, entre os 16 e os 17 graus. Apesar de possuir o mesmo teor alcoólico da cervejaindustrializada (4,5%), o chopp natural é isento de corantes e o fermento permanece vivo no líquido, garantindo a reposição do complexo B no consumidor e neutralizando qualquer indisposição estomacal. Além de atender o movimento da casa com 60% da produção de 10 mil litros de chopes mensais, a Belts Beer também comercializa a sua bebida para uso doméstico, através da venda de barris de chopp.
Bierland - Quando começou a produzir, em 2003, a capacidade instalada daBierland era de 20 mil litros/mês, tendo sido posteriormente ampliada para 60 mil litros/mês após a compra de novos equipamentos de produção e extracção do chope. Abrangendo inicialmente a zona de Santa Catarina, a distribuição da Bierland espera alargar o seu campo de actuação através do lançamento de novos projectos, nomeadamente o envasamento dos seus produtos, o que permitirá uma venda mais fácil por todo o Brasil. Nesta cervejaria, a qualidade do chope é assegurada pelo mestre cervejeiro Ilceu Dimer, que trabalha no ramo desde 1977. Relativamente aos produtos que comercializa, a Bierland apresenta três variedades: o Chope Pilsen (teor alcoólico de 4,8%), o Chope Bock (é uma variação de uma lager, de coloração escura e de teor alcoólico de 5,8%) e o Chope Weizenbier (naturalmente turvo, é produzido com malte de cevada e de trigo).
Borck - A cerveja Borck foi lançada em 1996 na cidade de Timbó - SC, fruto da vontade de Brunhard Borck em criar uma pequena firma onde se pudesse elaborar cervejas de qualidade e de modo artesanal, como é habitual na Europa. No dia 25 de Agosto de 1996, sai dos tanques da companhia a primeira cerveja, elaborada sob a direcção do mestre cervejeiro húngaro Zoltan Yhaz. Actualmente, aBorck já é distribuída nas cidades de Jaraguá do Sul, Balneário de Camboriú, Blumenau, Canoinhas, Lages, Indaial, Pomerode e Rio do Sul, para além de Timbó, claro. Produzindo cerca de 20 mil litros por mês, a Borck comercializa os chopes Pilsen e Malzbier.
Cervejaria Abadessa - Após morar 13 anos em Munique, o epicentro cervejeiro da Alemanha, e trabalhar na Cervejaria Spaten Brauerei, detentora da marca Franziskaner Weissbier entre outras, Herbert Schumacher regressou ao Brasil em 1999, com o objectivo de criar um espaço onde as pessoas pudessem desenvolver o gosto pela cultura cervejeira alemã. Tal sonho viria a tornar-se realidade em 2005, ano em quejuntamente com os irmãos Rosenbach e um grupo de investidores da Baviera liderados por Gunther Warter, fundou a Cervejaria RSW – Abadessa. O início das actividades fabris aconteceu a 2 de Abril de 2006, com a produção de 750 litros de Festbier no município de Pareci Novo/Vale do Cai - Rio Grande do Sul. Presentemente, produzem as cervejas Abadessa Export, Slava Pils, Abadessa Helles, Dunkles Nektar, Abadessa Weizenbier, Frankonia Rauchbier, Abadessa Festbier e Emigrator Bock/D-Bock.
Cervejaria Baden-Baden - Esta microcervejaria produz, possivelmente, algumas das melhores cervejas do Brasil. Desenvolvidas por dois Carlos Hauser (pai e filho), as cervejas são o complemento perfeito para uma deliciosa refeição, tipicamente alemã, servida na choperia Baden-Baden. Localizada em Campos do Jordão, a cervejaria que lhe está associada produz inúmeras cervejas de qualidade, como a Red Ale (estilo Barley Wine; 7,5% ABV), a Cristal (estilo Pilsen; 3,8% ABV), a Golden (estilo Ale; 3,8% ABV), a Stout (6,5% ABV), a Bock (5.5% ABV) e a 20 Anos (cerveja estilo Bitter Ale e comemorativa dos 20 anos da choperia Baden-Baden). Para além destas, existem igualmente duas cervejas sazonais: a Celebration Inverno (estilo Doppelbock; 8,2% ABV) e a Celebration Verão (estilo Weiss; 5,5% ABV). Infelizmente, o espaço é pouco para descrever todas as qualidades das cervejas atrás mencionadas, algo facilmente constatável pelo reconhecimento e prémios internacionais que algumas delas já obtiveram. O único conselho que deixamos é: se realmente gosta de cerveja, experimente uma Baden-Baden! Em Janeiro de 2007, a Schincariol comprou a Baden-Baden.
Cervejaria Bierbaum - Bierbaum ou "Árvore de Cerveja" é o nome de um dos sócios desta companhia, formada pelos austríacos Josef Suppan e Karl Bierbaum e família. Adeptos do conceito europeu de se produzir cervejas artesanais e diferenciadas, em ambientes em que o público possa visualizar o processo de fabricação, decidiram inaugurar em 2004, na cidade de Treze Tílias - Santa Catarina, uma microcervejaria anexa ao restaurante Edelweiss. De início, a capacidade de produção era de 10 mil litros/mês, com opção de três sabores: chopp pilsen, frutado e escuro. A empresa, além de servir o chopp no local, diretamente dos tanques da cervejaria a uma temperatura de -1º C, disponibiliza também o produto em barris de 10, 15, 30 e 50 lts. Como nome comercial, os donos escolheram "Edelbier", que traduzido para português significa "Cerveja Nobre". Foto do meu amigo e mestre-cervejeiro Evandro Zanini e do Marcelo comemorando a chegada da Bierbaum a Ribeirão Preto-SP.
Cervejaria Canoinhense - Tudo começou na estrada Itapocu em Corupá - SC, local escolhido por João Otto W. Loeffeland para instalar uma pequena cervejaria. Tendo chegado ao Brasil em 1897, procedente da Alemanha, Otto casou-se já no país e, nessa altura, decidiu mudar o sobrenome para Loeffler.  Em 1924, Loeffler instala-se em Canoinhas e adquire a Cervejaria Canoinhense (fundada em 1908 por Luis Kaesemodel), que é provavelmente a cervejaria artesanal mais antiga do Brasil. Aí passa a produzir a cerveja escura de alta fermentação com a marca Nó-de-Pinho. Sobre a direcção do actual dono e mestre-cervejeiro, Rupprecht Loeffler, aCervejaria de Canoinhas - SC produz cerveja e chope artesanais baseados numa receita que está na família há 5 gerações, seguindo a Reinheitsgebot - Lei da Pureza Alemã. Os tonéis de carvalho onde as cervejas maturam foram trazidos da Alemanha e têm mais de um século. A produção é de cerca de 1500 garrafas por mês. As suas principais marcas são a escura Nó de Pinho, a clara Jahu e a Mocinha. Todas possuem um teor alcoólico a rondar os 3%. Junto à fábrica fica o bar que é tão antigo quanto a cervejaria, estando decorado com animais empalhados.
Cervejaria Cevada Pura - Fruto do espírito empreendedor de dois jovens do interior do estado de São Paulo - Carlos Alberto Colombo e Alexandre Augusto Peres Moraes, a Cevada Pura teve o seu início no ano de 1998, altura em que estes dois amigos 
formaram uma sociedade com o objectivo de produzir chopp de qualidade. Tendo escolhido Piracicaba como local para instalarem a fábrica, teriam de aguardar até Setembro de 2001 até que esta estivesse pronta a laborar. Actualmente, a empresa vende chopp em barris de 15 a 50 litros, podendo estes conter as variedades Pilsen Cevada Pura (teor alcoólico de 3,8% e cor opaca devido a não ser filtrada), Chopp de Trigo (cor alaranjada e teor alcoólico próximo dos 5,5%) e Chopp Escuro (cerveja tipo stout, com teor alcoólico entre os 6% e os 7%).
Cervejaria Cidade Imperial - Localizada em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, esta cervejaria produz o exclusivo Chopp Premium, fabricado utilizando processos idênticos aos que são ainda usados nas microcervejarias alemãs. Aproveitando a excelente água que existe em Petrópolis, reconhecida como uma das melhores do país, e fazendo uso de uma fórmula trazida por imigrantes alemães que obedece rigorosamente à Lei da Pureza da Cerveja Alemã, o chopp Imperial apresenta um excelente sabor e não recorre ao uso de conservantes. Existente nas versões escura e clara, o chopp pode ser adquirido em barris de 10, 30 ou 50 litros. Pode também experimentar a versão âmbar, resultante da mistura da cerveja escura com a clara.
Cervejaria Colorado - A Cervejaria Colorado, do carioca Marcelo Carneiro da Rocha, é um bom exemplo da forte aposta que alguns empresários estão a fazer no segmento das microcervejarias. Há quase dez anos, montou a sua própria empresa na “Capital do Chope”  (leia-se Ribeirão Preto), onde produz três tipos de chopes Premium: a Weissbier (de trigo, não filtrado), o tradicional Pilsen e o elaborado Índia Pale Ale, este último já classificado pelo guru da cerveja, Michael Jackson. Os chopes Premium da Cervejaria Colorado são elaborados com a mais pura água do Aquífero Guarani. A fórmula de sucesso leva ainda malte seleccionado, lúpulo checo, fermento especial e uma grande dose de criatividade no processo de elaboração. As cervejas Colorado podem ser encontradas em vários locais de Ribeirão Preto, em Sertãozinho (Bar do Pedrão), Angra dos Reis (Hotel Portobello e Hotel do Frade), Campos Jordão (Hops Bar) e São Paulo (Restaurante Arábia, Bar 13, Nyc Nyc, Terraço Paulista e Finnegan's Pub).
Cervejaria da Ilha - Situada em Florianópolis - Santa Catarina, esta microcervejaria produz o Chopp Ilhéu, que surge em três estilos diferentes: pilsen, stout e red ale. Curiosamente, a água utilizada para fabricar a cerveja é captada num  lençol freático que passa por baixo da fábrica! Para além disso, os tanques de fermentação e cozimento foram fabricados no próprio local, o que transmite uma característica especial a esta cervejaria.
Cervejaria Estância Alto da Serra - Esta nova aposta do empresário Elói Carlone, dono da Estância Alto da Serra, espaço que é uma referência em shows country e sertanejo, fica localizada em Itaim - SP. A cervejaria tem capacidade para receber 2 mil pessoas e a sua arquitectura rústica reproduz o animado cenário de um saloon com 5 ambientes: o piso de entrada, a 'mezzanine', a cachaçaria, a loja e a pista de dança. Para além dos inúmeros espectáculos, é também um bom local para jantar e para experimentar os chopps Estância, nomeadamente o Premium, o Black, o Menta, o Groselha e o Vinho.
Cervejaria Fellice - A Cervejaria Fellice foi inaugurada a 10 de Junho de 2002, sendo a primeira e, até ao momento, única cervejaria artesanal de Manaus. No seu interior, a Fellice tem capacidade para 400 pessoas sentadas, distribuídas em 6 ambientes diferentes: 'Mezzanine' externo, 'Mezzanine' Interno, Sala Vip, Térreo externo, Salão principal e Adega. Nestes locais pode-se apreciar 4 tipos diferentes de cerveja: a Pilsen - o estilo mais tradicional no Brasil; a Ale - de alta fermentação; a cerveja Escura - produzida com um malte que lhe oferece esta cor e a Weizen - cerveja clara de trigo de alta fermentação e naturalmente turva. As cervejas foram desenvolvidas pelo mestre cervejeiro André Nothaf e seguem os mais rigorosos padrões de qualidade e higiene, mantendo a Lei de Pureza Alemã.
Cervejaria Heimat - A Heimat foi fundada em 2005 na cidade de Indaial, na região do Médio Vale de Santa Catarina, conhecido como Vale Europeu, devido à forte presença de imigrantes de origem alemã. Os proprietários são Georg Sigmar Nuber e a sua irmã Elisabeth Nuber, descendentes de alemães da cidade de Lindau. A receita da cerveja foi resgatada pelo dono da Heimat à história dos seus familiares, que já faziam cerveja nos porões das suas casas medievais. Heimat significa "terra natal", homenagem aos avós de Georg Nuber. Saiba mais sobre a Heimat aqui.
Cervejaria Imperial - As portas da Imperial foram abertas em Outubro de 2003, no mesmo endereço que abrigou por muitos anos o Zillerthal, no conhecido Largo de Moema, São Paulo. O espaço da cervejaria é acolhedor e a decoração é inspirada no Brasil Imperial. O prédio de dois andares é recheado de raridades que compõem o Museu da Cerveja, com peças que pertenceram à antiga fábrica da Bohemia, fundada em 1853, em Petrópolis - RJ e à Companhia Antarctica Paulista, entre outras. Produzindo chopp claro e escuro, elaborados em colaboração com a AMBEV, a casa serve também pratos típicos alemães, petiscos, massas e saladas. Destaque para a feijoada em buffet, servida aos almoços de Sábado.
Cervejaria Independente/Palma Louca Pils - A Cervejaria Independente de Toledo - PR não é propriamente uma microcervejaria, apesar do seu tamanho não ser comparável a uma Brahma ou Kaiser. A sua especificidade reside no facto de apostar fortemente no mercado da exportação. Tal apetência pelo exterior iniciou-se com a venda nos Estados Unidos e França da Xingu Black Beer (1988), uma cerveja preta, forte, que já ganhou a medalha de ouro do Beverage Testing Institute de Chicago. Mais recentemente (1998) a firma lançou a Palma Louca Pilsen, um produto que apela à imagem exótica que o Brasil transmite para os outros países. Trata-se de uma cerveja tipo lager, muito refrescante e suave, bem ao gosto de países com climas quentes.
Cervejaria Mistura Clássica - Localizada em Volta Redonda - RJ, esta microcervejaria produz chopp próprio, distribuindo-o por cidades próximas da sua sede, nomeadamente Barra Mansa, Valença e Resende. A cerveja é elaborada sem corantes e estabilizantes e as receitas seguem o enunciado pela Lei da Pureza Alemã - a Reinheitsgebot. Na sua fórmula utilizam apenas elementos naturais como água purificada, malte, lúpulo e fermento. No bar da fábrica da Mistura Clássica, para além dos petiscos e vários pratos de carne ou marisco, é possível experimentar o Chopp Pilsen, o Chopp Premium, o Chopp Extra, o Chopp Ale Amber, o Chopp Stout Café (mistura bastante curiosa entre chopp e um toque de café) e o Chopp Pilsen Frambor (cerveja Pilsen com aroma natural de framboesa).
Cervejaria Munique - Com mais de 20 anos de história, a cervejaria Munique foi pioneira neste segmento, ao instalar-se dentro de um shopping center, em São Paulo. Desde a sua inauguração em 1984, a condução dos destinos da companhia ficou a cargo de Arno van Enck, que tem no seu currículo, entre outros, a gestão do conhecido restaurante Recreio Holandês, que esteve instalado num tradicional bairro Alemão de São Paulo entre 1930 e 1983. Para além de várias marcas de cerveja estrangeiras, aqui também é possível apreciar o chopp Munique, produto exclusivo e fabricado na cidade de Vinhedo, a 70 Km de São Paulo. A partir deste último, é possível fazer várias misturas, entre as quais se destacam a Choco Beer (chopp claro com licor de cacau), a Beerberry (chopp claro com groselha), a Blu Beer (chopp claro com Curaçao) e a Royal Beer (chopp claro com licor de cassis).
Cervejaria Paulista - Com dois estabelecimentos distintos, um em Guarulhos e outro em Tatuapé, a Paulista, apesar do nome, não produz chopp próprio, antes vendendo o da Brahma. No entanto, este merece um tratamento especial, saindo de torneiras douradas e podendo ser misturado, para quem preferir, com uma dose de groselha, licor de menta ou até de tequilla. De resto, muita música, dança e animação.
Cervejaria Premium/Fass - Pertença do grupo Aralco (Araçatuba Álcool S/A),  a Cervejaria Premium resultou do investimento de 68 milhões de reais, necessários para a produção da Fass (barril, em alemão): cerveja leve, tipo pilsen e com graduação alcoólica de 4,8%. A primeira unidade, localizada em Frutal-MG, tem potencial para produzir mais de 100milhões de litros de cerveja por ano. A escolha da cidade no Triângulo Mineiro foi motivada por dois aspectos fundamentais: a qualidade da água e a localização estratégica para a distribuição do produto, que inicialmente teve a sua comercialização feita em quatro Estados: Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Na primeira fase de produção, a Cervejaria Premium estima colocar no mercado cerca de 35 milhões de litros/ano, podendo estender esta capacidade até chegar aos tais 100 milhões de litros, dependendo da aceitação do produto nos diferentes mercados em que vai actuar.
Cervejaria Universitária - Estabelecida em Barão Geraldo - SP desde 2002, a Universitária já conquistou a região de Campinas com a sua cerveja artesanal de alta qualidade. Com uma produção de 25 mil litros de cerveja, a empresa do mestre cervejeiro Reynaldo Fogagnolli (ex-Brahma) tem duas lojas de fábrica em Valinhos e Vinhedo, para além das fábricas em Barão Geraldo, Americana e Itu. Todas as cervejas da Universitária são feitas sem corantes ou aditivos, seguindo a Reinheitsgebot ou Lei de Pureza da Baviera, de 1516, podendo ser degustadas em quatro estilos diferentes: a Pilsen Clássica, a Amber (cerveja de alta fermentação, elaborada com maltes especiais que lhe conferem a cor), a Porter (escura e de alta fermentação, com graduação alcoólica de 7% vol.) e a Hefeweizen (turva e de alta fermentação).
Cervejaria Zanni - Em 1975, José Eugénio, um então jovem empreendedor, tornou-se revendedor de cerveja em Maringá, dando início a um longa carreira de 30 anos no mercado cervejeiro. Em Londrina, nos anos 70, criou a revenda Belon, que comercializava os produtos Skol e em 1994 adquiriu o parque fabril de refrigerantes da Brahma, em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina), tendo aí instalado a Indústria de Bebidas Zanni, onde começou a produzir o refrigerante ''Guaratuba''. Actualmente, a Cerveja Zanni é feita numa das fábricas mais modernas da América Latina, estando a comercialização a cargo do grupo Allston Brew. A Zanni é do tipo pilsen, suave e com baixo teor alcoólico. Uma das suas principais características reside no "blend do malte feito com cevada importada", ingrediente desenvolvido para compor a cerveja Zanni e que lhe garante assim um sabor exclusivo.
Chopp do Fritz - Formado como mestre-cervejeiro pela Universidade de Berlim, Jörg Schwabe, 52 anos, trabalhou para grandes empresas cervejeiras durante 22 anos. Em 1993, já com capacidade financeira suficiente para criar a sua própria marca, apresentou o Chopp do Fritz, localizado em Sumaré. Hoje, a Cervejaria Chopp do Fritz tem uma produção mensal satisfatória, mas os directores da empresa têm a perspectiva de dobrar os números actuais (cerca de 100 mil litros por mês). A cervejaria trabalha com quatro tipos diferentes de chopp. São eles: o Klar (chopp claro tipo pilsen, de baixa fermentação); a Koelsch (reserva especial, chope de alta fermentação e não filtrado); a Dunkel (chopp escuro de baixa fermentação) e o Natur (chopp pilsen de baixa fermentação e não filtrado), que são distribuídos nas choperias Beppo e Mitto, de Americana, assim como numa dezena de estabelecimentos de Campinas e regiões adjacentes.
DaDo Bier - A DaDo Bier é um mix de restaurante, bar, música ao vivo, festas e, claro, cerveja. Situada em Porto Alegre, a empresa chegou a ter uma fábrica no Rio de Janeiro, com capacidade para 60 mil litros mensais. No início de 2001 a DaDo já tinha encerrado as actividades de uma outra microcervejaria em São Paulo (que reunia uma pequena unidade de produção, restaurante, bar e boate no mesmo local), aberta em 1996. Em 2000 também arrendou uma operação semelhante situada no Rio  de Janeiro, a funcionar desde 1998, permanecendo apenas com a produção de cerveja. O objectivo passa por concentrar todas as operações em Porto Alegre. A cerveja artesanal DaDo Bier é produzida sem nenhum aditivo químico ou cereal não maltado, utilizando apenas lúpulo, malte, fermento e água. É uma cerveja aromática, com teor médio de amargo e volume alcóolico que varia entre os 3,5 e os 4%.
Devassa - A Devassa, dos sócios Cello Macedo, Marcelo do Rio, Joca Muller e Tito Lívio Macedo, é uma cerveja produzida numa unidade própria de mil metros quadrados, instalada na zona portuária do Rio de Janeiro, que contou com investimentos da ordem dos 1,5 milhões de reais e que surgiu no ano 2000. A produção mensal da fábrica é de 70 mil litros, dos quais 16 mil são engarrafados. A expectativa é chegar a 360 mil litros/mês, a capacidade máxima de produção. Além do Rio de Janeiro, a Devassa já tem um ponto de venda em São Paulo e oito em Londres, onde tem tido uma aceitação excepcional, com direito a citação noSunday Times, que a apontou como a bebida mais badalada do Rio de Janeiro! A cerveja é produzida em três estilos diferentes: a Devassa Loura, do género Pilsen, com características clássicas, mas com sabor mais apurado que uma Lager comum; a Devassa Ruiva ou Ale, uma cerveja mais encorpada, desenvolvida especialmente para o clima brasileiro, daí ter sido baptizada como Tropical Ale; e a Devassa Negra ou Dark Lager somente na versão chope.
Act.: Em 2007, a cervejaria Devassa foi comprada pela Schincariol por 30 milhões de reais. Com um facturamento anual de 12 milhões de reais, a rede Devassa, com 13 bares no Rio de Janeiro e em São Paulo e uma fábrica no Rio, tornou-se rapidamente numa das marcas mais conhecidas de cerveja e chope artesanal no Brasil.
Fábrica do Chopp - Fundada pelos irmãos René e Ricardo Davanço Fontes, aFábrica do Chopp localiza-se na na Rua Paulo Franco, 267, Vila Leopoldina - São Paulo. Aí, num espaço com 600 metros quadrados, é produzido o Chopp Imperatriz, a marca própria da empresa. Foram investidos R$ 1 milhão na microcervejaria para produzir 25 mil litros de chope por mês, sendo que a elaboração das receitas ficou a cargo do mestre cervejeiro Michael Walter Trommer. O Chopp Imperatriz é produzido com maltes, lúpulos e leveduras importados, sem conservantes ou aromatizantes. A água é oriunda da região serrana de Lindóia. A microcervejeira conta ainda com um espaço reservado para a degustação, destinado a pessoas que queiram experimentar a qualidade do produto e ainda aprender mais sobre o processo de fabricação, acompanhados pelo mestre cervejeiro. Actualmente, a Fábrica do Chopp produz a Imperatriz Black Beer, a Imperatriz Pilsen, a Imperatriz Porter e a Imperatriz Red Ale.
Factory Beer - A Cervejaria Factory Beer surgiu após a reformulação do projecto inicial da discoteca Factory Club que, em Outubro de 1998, lhe viu ser adicionado um espaço onde se produzia cerveja artesanal de qualidade. Situada na região do Grande Porto Alegre, mais precisamente em São Leopoldo, a empresa produz actualmente a Pilsen Natural (de coloração dourada, mas de aparência turva por não passar pelo processo de filtragem), a Pilsen Cristal (também de coloração dourada, esta cerveja passa pelo processo de filtragem, deixando a cerveja cristalina) e a WeekBeer (feita a partir da Pilsen Cristal, são empregadas essências/aromas naturais, como chocolate, pitanga, jasmim, entre outros sabores, o que lhe dá características distintas).
Falke Bier - A história desta companhia começou em 1988, ano em que são fabricadas as primeiras 260 garrafas - 2 kits de cerveja caseira, por Marco Antonio Falcone, no sítio da família, próximo da cidade de Belo Horizonte. A marca inicial era "Cirvizia Aquila" e a produção destinava-se essencialmente a amigos e familiares. O verdaderio arranque dá-se em 2000, altura em que Falcone viaja pela Europa e pelo Brasil, visitando várias microcervejarias e estudando métodos de produção. Após vários testes, construção do edifício-sede e aquisição de máquinas e do 'know-how" necessário, o primeiro chopp Falke Bier viria a ser comercializado no dia 28 de Junho de 2004, no bar "Mercearia Lili". A empresa produz actualmente o Chopp Falke Bier Pilsen, o Chopp Falke Bier Ouro Preto e o Chopp Falke Bier Red Baron, produtos que podem ser saboreados em vários locais como o Café Kahlua, o Botequim do Pinguim ou o Café Pasárgada. Há ainda que destacar a Falke Tripel Monasterium, uma cerveja exclusiva, ao estilo Belgian Triple. Na sua composição entram maltes de cevada, trigo e aveia e ainda sementes de coentros e cascas de laranja. É refermentada na garrafa e envasada em garrafas estilo champanhe, com tampas de rolha. Os copos também são muito bonitos (de cristal e gravados a ouro) e produzidos propositadamente para esta cerveja.
Hamburg Bier - Localizada em Novo Hamburgo - RS, a Cervejaria Hamburg Bier oferece chopp preto e branco, produzido artesanalmente na cidade de Teutônia. Inaugurada em 2003, esta microcervejaria tem restaurante, pub, mesas de bilhar e outras atracções, nomeadamente espectáculos ao vivo e diversas festas temáticas. Na área das refeições, destaque para o buffet de panquecas, pratos típicos alemães, massas e pizzas.
Haus Bier - A microcervejaria Haus Bier foi fundada em 1998 na cidade de Vilhena - RO. Idealizada por Hermes Balcon, um paranaense de origem alemã, e com a ajuda do seu primo Orlando Hanemann, um mestre cervejeiro com 32 anos de experiência na Brahma, a cervejaria pretendia trazer para o norte do Brasil o típico ambiente de uma microcervejaria artesanal alemã, local onde o cliente pode degustar a cerveja directamente no local de produção. O sucesso foi imediato e a Haus produz hoje cerca de 80.000 litros de cerveja por mês. Aliás, rapidamente a notícia da qualidade da Haus se espalhou, facto que originou o aparecimento de inúmeros interessados em produzir cerveja nos mesmos moldes. Assim, no ano 2000, por força da insistência dos empresários interessados em produzir cerveja gastronómica “Haus Bier”, surgiu a necessidade de se constituir uma empresa (Indústria Metalúrgica) para fabricação de equipamentos para montagem de Microcervejarias Gastronómicas dentro do padrão cervejeiro Europeu. Nasce então a “Rondinox-Haus Bier Ind. e Com. de Microcervejaria Ltda-EPP". No restaurante da Haus Bier é possível degustar o Chopp Lager, Chopp Cristal, Chopp Escuro, Chopp com menta e Chopp com caramelo. (Actualizado a 17/10/2007).
Klaus Bier/Cervejaria Donauer - O "Chopp Alemão" - Klaus Bier é produzido e envasado na Cervejaria Donauer, em Foz do Iguaçu - Paraná. Fruto do investimento do alemão Albert Donauer, a fábrica surgiu da vontade deste mestre cervejeiro em montar o seu próprio negócio, após ter trabalhado para diversas empresas de cerveja brasileiras. Actualmente, a firma produz o Chopp Pilsen (baixa fermentação; 4,8% ABV), o Chopp Premium (baixa fermentação, cor escura e 4,8% ABV) e o Chopp Wein Bier. Este último é bastante característico, pois recebe 25% de vinho puro de uva na sua fase de maturação, o que dá origem a um produto de coloração rosada, bem frutado, com sabor a uva e levemente adocicado, tendo um teor alcoólico próximo dos 6%. A área de distribuição do chopp centra-se maioritariamente à volta de Florianópolis.
Krug Bier - A Krug Bier, microcervejaria de Belo Horizonte - Minas Gerais, produz chopp de forma artesanal, utilizando tecnologia e 'know how' de origem austríaca, mais propriamente da Grieskirchner, uma cervejaria com quase 300 anos de tradição. Inaugurada em 1997, a companhia apostou no mestre cervejeiro Arnaldo Ribeiro para elaborar e controlar a qualidade das cervejas da casa. E essa (boa) qualidade foi certamente conseguida, já que hoje os chopes Krug Bier, claro e escuro, são Premium, eleitos e premiados por um júri internacional altamente qualificado, no 1º Concurso Brasileiro de Cervejas Especiais, realizado pela ABMIC e Miller Freeman na Fispal 2000. Para produzir os seus chopes (Krug e Cristal - claros,  Âmber - escuro e Weizenbier - malte de trigo), a microcervejaria segue rigorosamente a Lei de Pureza da Baviera, na qual somente os componentes clássicos são utilizados na produção: água, malte, lúpulo e fermento, sem a adição de outros cereais não maltados.
Leviana - Lançada pela rede carioca de botequins Manoel & Juaquim, a cerveja Leviana conta com um rótulo desenhado pelo cartonista Miguel Paiva, sendo que o seu desenvolvimento se deveu a André Nothaft, ex-Devassa. Na sede da companhia, situada em Engenho de Dentro, bairro da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, pode-se experimentar o chopp cremoso ou a Leviana Premium em garrafa.
Lupus Bier - No dia 17 de Dezembro de 2002, foi inaugurada a primeira microcervejaria do Ceará, localizada na Rua dos Tabajaras - Praia de Iracema, em Fortaleza. O empreendimento, com capacidade para 500 pessoas sentadas, é um estabelecimento com buffet, churrascaria, pizzaria e massas preparadas na hora. Na microcervejariaLupus Bier, são produzidas cervejas do tipo pilsener e escura, para além das cervejas com frutas (morango, abacaxi, maçã, canela e caju), que podem ser degustadas nas 11 mesas de confraria que aí se encontram instaladas. As cervejas frutadas foram desenvolvidas no próprio estabelecimento pelo responsável químico e cervejeiro Evandro J. Zanini. Actualmente, a capacidade de produção instalada ronda os 40 mil litros/mês e o espaço é já um ponto de atracção tanto para locais como para turistas.
OPA Bier - A Opabier é uma cerveja produzida de forma artesanal, em Joinville, que segue a Lei Alemã da Pureza de 1516. A sua elaboração é supervisionada pelo cervejeiro Elmar, pessoa com largos anos de experiência da AMBEV e da cervejaria artesanal Heimat. Com uma capacidade inicial de produção perto dos 8 mil litros mensais, a companhia produz um chope suave e refrescante. O nome OPA foi sugerido por ser um cumprimento típico da região e por, em alemão, significar avô, o que apela à tradição. Para além do mais, é uma expressão simples de memorizar. Leia a entrevista que fizemos à OPA Bier, clicando aqui.
Pils - Em 2002, a empresa DINHO Bebidas lançou a Cerveja Pils, um produto com perfil popular e que opta por oferecer um bom sabor a preços competitivos. Actuando no segmento das bebidas há alguns anos, nomeadamente através da produção de aguardentes e outras bebidas destiladas e na distribuição de cerveja, foi com naturalidade que a companhia decidiu passar a fabricar a sua própria cerveja. Inicialmente distribuída na região de Curitiba, aPils já pode ser encontrada em diversas cidades do Paraná e de Santa Catarina, através de distribuidores e revendedores. Para além do chopp, a Pils pode ser comprada em garrafa ou lata e em dois estilos diferentes: a Pilsen e a Malzbier.
Schmitt Bier - As cervejas Schmitt são produzidas artesanalmente na cidade gaúcha de Porto Alegre. A história da cervejaria começou há mais de 20 anos, quando Gustavo dal Ri, sócio da empresa, começou a elaborar cervejas na sua própria casa. Essa produção baseava-se na receita exclusiva de uma vizinha sua, descendente de alemães. A partir dessa época, o então candidato a mestre cervejeiro dedicou todos os seus esforços em pesquisas para aperfeiçoar os seus produtos, formando-se, entretanto, em engenharia química e viajando pela Europa e Estados Unidos para adquirir mais conhecimentos acerca da nobre arte de fazer cerveja. Hoje em dia, a companhia produz a Schmitt Ale, a Schmitt Barley Wine (com 8,5% ABV) e a La Brunette (com teor alcoólico de 4,5%).
Schornstein - Nas vésperas do Campeonato do Mundo de Futebol - Alemanha 2006, abriu uma nova opção na cidade de Pomerode - RS, mais concretamente a cervejaria Schornstein. O bar em anexo oferece aos clientes quatro opções do líquido precioso, todas elas de baixa fermentação: o Pilsen Natural (não filtrado), o Pilsen Cristal e oPommern-Bier (do tipo Pale Ale) e a Schorn-Bier (bock, com um sabor levemente adocicado). Os três primeiros têm teor alcoólico a rondar os 4,5% e o último, um pouco mais alto, 7,5%, sendo este uma bela opção para enfrentar o inverno da região. No cardápio, para acompanhar as bebidas, existem quatro tipos de tábuas de frios, três tipos de sanduíches (pão francês, preto e baguete), tiras de Eisbein com cebola assada, Filet Mignon, Picanha, Rosbife, para além das típicas salsichas (cozidas na cerveja e servidas com mostarda amarela e escura).
Stadt Bier - Extremamente recente e moderna (2004), a Stadt Bier é a primeira microcervejaria de Brasília. O edifício que alberga a cervejaria fica situado no Sector de Indústrias Gráficas e dentro dele o consumidor pode vislumbrar todo o processo de fabricação da cerveja que vai beber. Um enorme balcão divide o espaço: de um lado, ficam os imensos tanques de aço, que podem produzir até setenta mil litros dabebida; do outro, mesas e cadeiras para atender até 150 pessoas. O grande destaque em termos de cerveja vai para os chopes da casa, vendidos em três estilos diferentes: o Schwartz (escuro, de puro malte, sem conservantes ou estabilizantes), o Kristal (claro, produzido apenas com água, malte e lúpulo; cor dourada e aparência límpida) e o Stadt (aparência turva, decorrente da não filtração). Para além destes, é também possível experimentar algumas cervejas estrangeiras, excelentes para acompanhar uma picanha ou um hambúrguer.
Zehn Bier - Quando a família Zen decidiu criar uma fábrica, em Brusque - SC, destinada à produção de cerveja artesanal, um dos filhos do Sr. Hylário, mentor do projecto, escreveu “Zehn” numa folha de papel. Era o sobrenome da família, mais o H do pai. E significa dez em alemão. Inaugurada em 2003 e com uma capacidade de produção a rondar os 50 mil litros mensais, a Zehnelabora, hoje em dia, os chopes ZeHn Bier Pilsen e Porter. Mais recentemente a firma passou também a disponibilizar o chope em garrafas de 600ml. O chope é engarrafado sem pasteurizar, fazendo com que a validade da bebida seja apenas de 30 dias. A produção inicial vai ser de 100 caixas semanais de 24 garrafas de 600ml. Leia a entrevista que fizemos à Zehn, clicando aqui.
Nesta 5ª Parte da História da Cerveja no Brasil, iremos falar daquelas pequenas companhias produtoras de cerveja de grande qualidade, em geral conhecidas por microcervejarias. Muitas das empresas aqui listadas produzem cerveja e chopp de grande qualidade, apesar da sua divulgação ser apenas local ou regional. É um texto que, por isso, vai estar em constante evolução, motivo pelo qual contamos com a ajuda de todos os visitantes do Cervejas Do Mundo para nos ajudarem a mantê-lo actualizado. Por razões óbvias a ordenação vai ser feita pelas iniciais de cada tópico, em vez da ordem cronológica que temos adoptado até aqui.
Bruder Bier - Fundada em 2005, na cidade de Lauro de Freitas - Bahia, a Brüder Bier surgiu da iniciativa de dois irmãos austríacos radicados no Brasil, mestres-cervejeiros com formação na renomada Universidade Técnica de Munique, Weihenstephan – Alemanha. Após acumularem mais de 30 anos de experiência ao trabalharem para as maiores companhias cervejeiras do Brasil e não só, acabaram por conseguir realizar o sonho, em parceria com a Egisa, de montar uma fábrica própria. O chopp Brüder Bier segue os mesmos padrões de qualidade estabelecidos pela Lei de Pureza de 1516, contendo na sua formulação apenas lúpulo, malte, fermento e água. Por não possuir nenhum aditivo químico ou cereal não maltado, a Brüder Bieré comercializada apenas na forma de chopp, em barris de 30 e 50 litros. (Nota: desde meados de 2006 que o site da Bruder Bier tem estado em baixo. Para além do mais, a informação na internet é escassa e tem vindo a diminuir ao longo deste último ano. Será que a Bruder Bier ainda existe? Se tiver alguma informação que ajude a esclarecer esta situação, contacte-nos).
Cerveja Backer - Tudo começou com o sucesso do chopp Backer, lançado na inauguração da churrascaria Porcão de Belo Horizonte. A grande aceitação que a receita do chopp artesanal teve, levou à produção da cerveja Backer, a primeira cerveja artesanal do estado de Minas, originária da Serra do Curral. Aposta dos irmãos Halim e Munir Khalil, a companhia chegaria ao mercado mineiro em Outubro de 2005. Para além do chopp Backer claro e escuro, a companhia produz também a cerveja Trigo (de alta fermentação e paladar suave, apresenta notas de cravo e aromas frutados), a cerveja Pilsen, a cerveja Brown (coloração escura proveniente da torrefacção dos maltes; baixa fermentação) e a cerveja Pale Ale (alta fermentação, ruiva, encorpada e de amargo pronunciado).
Cerveja Bonanza - Produzida pela Montecarlo Indústria de Bebidas, Ltda, de Flores da Cunha - RS, a Bonanza é um produto recente de uma empresa que baseia o seu negócio essencialmente em refrigerantes, sejam eles sumos ou colas. A Bonanza é uma cerveja tipo Pilsen e que segue o conceito da firma: "Viva Bonanza - O sabor da vida!".
Cerveja Buena - A marca de refrigerantes Pakera, fabricante do guaraná Tobi e do refrigerante Grapete, colocou no mercado do estado do Rio de Janeiro, em meados de 2004, a cerveja Buena. "Fica na Buena" é o conceito que a MG (empresa publicitária) desenvolveu para lançar o produto, um dos mais novos concorrentes na "guerra" das cervejas. Marcelo Gorodicht, o mentor do projecto, planeia alargar a distribuição da marca a todo o país, dependendo da aceitação que esta tiver no Rio de Janeiro.
Cerveja Diabólica - É de Curitiba a nova cerveja Diabólica, cerveja artesanal que teve o seu lançamento oficial no dia 21 de Fevereiro de 2009 naCervejaria da Vila - bar da capital paranaense dedicado à cultura da cerveja. Para essa festa foram feitas apenas 350 garrafas da Diabólica. Criada por cinco curitibanos que desejam resgatar as tradições das cervejas antigas, estamos falando de uma IPA (India Pale Ale) que leva sete tipos diferentes de malte e utiliza o “Dry Hopping”, isto é, a adição de lúpulo ao final do processo de fermentação. Ela é refermentada na garrafa e a sua coloração é avermelhada, com aromas de frutas cítricas e amargor persistent. O publicitário e um dos criadores da Diabólica, Rafael Higino desenvolveu um rótulo vermelho, destacando os 6,66 % de teor alcoólico da cerveja. Até ao momento, a Diabólica pode ser encontrada em poucos e exclusivos lugares, entre eles a Cervejaria da Vila e o Armazém da Serra, ambos em Curitiba (PR), sendo comercializada aproximadamente a R$13,00 por garrafa de 600 ml. Diante dessa produção limitadíssima, a sugestão é acompanhar de perto o site da companhia: www.cervejadiabolica.com.br (Última actualização: 18/05/2009).
Cervejaria Artesanal - Localizada na região de Capim Branco - MG, a cerca de 56 Km de Belo Horizonte, esta microcervejaria, que se parece com uma casa de chope tipicamente alemã, produz o Chopp Cristal Artesanal (chopp pilsen, delicado, suave e de baixo teor alcoólico - entre 3,5 e 4,5% ABV), o Chopp Premium Artesanal (também chopp pilsen mas produzido com matérias-primas seleccionadas), para além dos barris de chopp (10, 15 e 30 litros), tudo supervisionado pelo mestre-cervejeiro Evandro J. Zanini, pessoa com vários anos de experiência quer em cervejarias quer em microcervejarias. Com uma produção inicial próxima dos 12 mil litros mensais e que poderá ser aumentada até um máximo de 340 mil litros/mês, aArtesanal já está presente no restaurante Engenho, próximo da fábrica e ainda em São Geraldo e Sto. Antônio (Última actualização: 11/09/2007).
Cervejaria Barley - A produção da cerveja Barley começou como um hobby no já distante ano de 1992. Feita artesanalmente, esta cerveja continuou a ser produzida esporadicamente, para consumo próprio, até 2002, ano em que foi fundada a Micro Cervejaria Barley Ltda. A partir dessa data, iniciou-se a comercialização desta marca sendo que, actualmente, a companhia produz o Chopp não filtrado (natural), o Chopp filtrado e o Chopp Bock (apenas no Inverno). A Barley pode ser vendida em barris de 5, 10, 15, 20 30 e 50 litros, para além das garrafas long neck. Adoptando o slogan "Quem prova... não esquece" a Barley centra a sua distribuição no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Tal é natural, visto que é elaborada no município de Capela de Santana - RS. São já várias as localidades onde se pode degustar a Barley e onde existem revendedores, nomeadamente Porto Alegre, Caxias do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Rio Pardo, Venâncio Aires, entre outras.
Cervejaria Bierlim - A Bierlim fica localizada em Limeira - SP. Para além de organizar eventos e churrascadas, a Bierlim também se destaca por produzir o seu próprio chopp, nas variedades Claro, Escuro, In Natura e de frutas (abacaxi e pêssego). O lema da companhia é: Bierlim, o Chopp Absoluto (Última actualização: 26/10/2007).
Cervejaria Bruge - A Cervejaria Bruge está localizada em Águas de Lindóia, interior de São Paulo, local conhecido pelo seu microclima e pela qualidade da água. Produz as cervejas Bruge Ale e a Bruge Stout, ambas em garrafas de 500ml. A Ale é uma cerveja de alta fermentação, não filtrada, leve e com uma graduação alcoólica da 4%. Por seu turno a Stout foge um pouco ao típico deste estilo, já que a percentagem de álcool não ultrapassa os 3,2%. O fabricante/fornecedor desta bebida é a empresa Coelho e Arantes Ltda. e pode ser adquirida nas lojas online da Costibebidas ou da Imigrantesbebidas.
Cervejaria do Gordo - No final de 2007 é lançada a Cerveja do Gordo, marca associada à casa de shows Cervejaria do Gordo, localizada junto à Rodovia Presidente Dutra, Km. 57, Lorena - São Paulo. Aberta já há alguns anos, a casa decidiu passar a produzir o seu próprio chopp, instalando uma pequena fábrica dentro da cervejaria (até aí comercializavam outras marcas). A Cerveja do Gordo é um produto puro, sem aditivos, cuja produção é supervisionada pelo mestre-cervejeiro Celso Ehtnig, cervejeiro experiente e com formação alemã. “A Cerveja mais gostosa e divertida do planeta” é um chopp tipo pilsen que, inicialmente, será apenas comercializado dentro da própria Cervejaria do Gordo (Última actualização: 18/11/2008).
Cervejaria Farol - Inaugurada em 2003, na cidade de Canela - RS, a Farol é fruto do investimento de um alemão, de Estugarda, que trouxe para o Brasil uma receita ancestral e que respeita a Lei da Pureza Bávara. É possível visitar os tanques onde se fabrica a cerveja, bem como subir a uma torre de 39 metros donde se pode obter uma excelente vista panorâmica de toda a região.
Cervejaria Riopretana - Inaugurada durante 2005, a Riopretana é umaaposta dos sócios Sérgio Francisco, Elisa Mariano e Volmir Gava. Com sede em S. José do Rio Preto - SP, a companhia produz três tipos de cerveja: a pilsen, cerveja clara, de fórmula alemã e com baixo teor alcoólico; a amber, avermelhada e de origem belga; a porter, cerveja escura, de origem inglesa e com um teor alcoólico mais elevado. Todos os produtos têm a supervisão do cervejeiro Reynaldo Fogagnolli Jr.
Cervejaria Whitehead - A Whitehead nasceu em Porto Alegre mas está hoje localizada em Eldorado do Sul - RS. Iniciada como hobby pelos amigos Alexandre Carminati, João Carlos Kerber e José Otávio Kerber, a produção de cerveja artesanal só se tornou em algo mais sério a partir de Maio de 2007, altura em que, de uma forma ainda reduzida, se iniciou a produção comercial das cervejas Whitehead. O nome escolhido lembra a "head" de uma cerveja (espuma) assim como remete para a imagem daqueles tradicionais cervejeiros que já possuem os cabelos grisalhos.  Os três proprietários são responsáveis por todo o processo de fabricação e distribuição da cerveja, com uma produção actualmente limitada de 3 mil litros por mês. São fabricados quatro tipos de cerveja: Pale Ale (clara), Porter (com aroma de chocolate, café e malte torrado, amarga e com notas cítricas no gosto), Irish Ale (avermelhada) e Witbier (clara enaturalmente turva, com trigo na fórmula), em estilos inglês e belga, caracterizadas por serem fortes, encorpadas e aromáticas, tendo um foco diferente das grandes empresas do sector. De facto, a comercialização do produto tem sido feita basicamente para grupos das relações pessoais dos empreendedores e também para eventos realizados em clubes. 
Chopp Germana - A Germana, fabricante mineira de cachaça com 25 anos de tradição, lançou o seu Chopp Germana no dia 27 de Maio de 2009, no Alambique Cachaçaria.  A empresa investiu, inicialmente, 700 mil reais no desenvolvimento e fabricação do produto. O Chopp Germana é leve, claro artesanal e não pasteurizado, seguindo a preferência dos brasileiros, consumidores de chopes mais leves, sobretudo do tipo pilsen. Ele também terá versão escura, por meio da novidade do pingo beer, uma espécie de caramelo que se pinga na bebida tornando-a mais escura e adocicada. A bebida está disponível para comercialização em restaurantes, bares, choperias, festas e consumidor final por meio de serviço delivery. A estratégia de distribuição do produto está em expansão e levará a marca para os principais centros do país com reduzido custo operacional, e qualidade de produto e prestação de serviço. A Cachaça Germana e o Chopp Germana fazem parte da União Agropecuária Importação e Exportação de Bebidas Ltda (Uniagro). A produção do chopp está sendo realizada inicialmente no interior de São Paulo. Em breve, o processamento também será realizado na Fazenda Vista Alegre, município de Nova União (MG), mesmo local onde é produzida a Cachaça Germana.
Donau Bier - A Donau Bier é uma microcervejaria de Colônia Cachoeira - PR, que iniciou a sua produção em 2004. Fabrica chopp artesanal, 100% natural, contendo apenas água, lúpulo, malte e fermento cervejeiro, com uma percentagem alcoólica de 4,5%. Fundada por descendentes de imigrantes jugoslavos, nomeadamente por Johann Reinerth e pelo seu filho Harry Reinerth, a companhia pretende produzir o melhor chopp da região, motivo pelo qual só utiliza os melhores ingredientes: lúpulo da Alemanha, fermento da Croácia e malte da Cooperativa Agrária da região.
Front Bier - Inaugurada em 2003, a Front Bier é a primeira microcervejaria da fronteira gaúcha. Aposta dos irmãos Pedro Henrique, Rodrigo e Fábio Escosteguy, a cervejaria resulta de um investimento inicial de 700 mil reais e conta com maquinaria bem moderna, capaz de produzir 20 mil litros de chopp por mês. Fica localizada em Sant'Ana do Livramento - RS.
Grupo Imperial - Iniciando-se no mercado das cervejas através da Mulata, o Grupo Imperial, de Trindade - GO, habitual fabricante de refrigerantes, continuou, durante o ano de 2006, a alargar a sua oferta através do lançamento da Imperial, uma cerveja pilsen dourada, que será distribuída em Goiás, Tocantins, Maranhão, Amapá, Pará, Piauí e Distrito Federal. A expectativa, segundo o director de marketing do grupo, Fernando Pinheiro, é fazer com que o produto chegue a todo território nacional. O investimento na nova cerveja foi de R$ 400 mil. Já a Mulata tinha resultado de um forte impulso financeiro, cifrado em R$ 10 milhões em equipamentos e instalação da infra-estrutura, mais R$ 1 milhão em marketing. A Mulata é uma cerveja tipo Pilsen, elaborada com uma combinação exclusiva de maltes pilsen e lúpulos importados da Europa, que resultam numa cerveja leve, saborosa e refrescante, com uma espuma cremosa e a sua cor mulata característica.
Konigs Bier - A Probier Cervejaria produz chope com a marca Konigs Bier em Jaguará do Sul-SC e tem como lema "Das Bier von Hier" (A Cerveja Daqui). A produção da Königs Bier é 100% artesanal e respeita a Lei de Pureza da Cerveja (Reinheitsgebot). Baptizada de Königs Bier (Cerveja do Rei), a marca é uma homenagem às sociedades de tiro da região de Jaraguá do Sul, em especial aos Reis - que preservam as competições, desfiles e bailes trazidas pelos colonizadores alemães à cidade. A fórmula de composição do chope apresenta apenas água, malte de cevada, lúpulo e fermento e dispensa o uso de componentes químicos e conservantes. A capacidade da empresa é actualmente de 10.000lts/mês, produzindo apenas o chope tipo Pilsen. Para saberem mais sobre a companhia, podem visitar o site da Konigs Bier.
Original Bier - A microcervejaria Original Bier, produzida em Pelotas - RS, foi fundada por Valter Poetsch, em 2000. A Original Bier é uma cerveja com uma fórmula inovadora, sendo elaborada de acordo com a Lei de Pureza (Reinheistgebot) do estado da Baviera, Alemanha, de 1516. Com produção de 14000 litros por mês, a empresa encontra-se instalada no prédio da antiga Fábrica de Fiação e Tecidos da cidade.
Strauss Bier - A Strauss Bier afirma-se como a primeira microcervejaria do Sul do Estado de Santa Catarina, localizada em Criciúma – SC e fruto do empreendedorismo dos sócios António Carlos da Silva, António Mazzurana e Adriano José da Silva, coadjuvados pelo mestre-cervejeiro Miguel Ramos. Foi fundada em Novembro de 2006, iniciando a sua produção em Maio de 2007, com capacidade para 20.000 litros/mês. Actualmente, a empresa atende todo o sul de Santa Catarina e o Norte do Rio Grande do Sul e possui uma capacidada já a rondar os 100 mil litros por mês. A Strauss Bier disponibiliza o Chopp em barris de 20, 30 e 50 litros Chopeira e gás no sistema leva e traz do Disk Chopp Strauss Bier. A produção centra-se em 4 tipos de chopp: Pilsen, Pilsen Premiun, Red Alle e Escuro. O chopp da companhia pode ser degustado em locais como o Estádio Heriberto Hulse do E.C. Criciúma, a ChoPPana Happy Hour, o Máximos Café, a Trattoria Nona Maria, entre outros.

E vamos ficando por aqui!!!
Prost
Cervejante

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